terça-feira, 23 de junho de 2015

Um novo cenário da logística para o Nordeste

O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Ceará, Flávio Saboya,
conduziu os trabalhos
Com uma palestra do diretor de Portos da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Pedro Brito, foi lançado oficialmente o X Seminário Internacional de Logística e EXPOLOG – Feira Nacional de Logística, nesta terça-feira (23), na reunião semanal do Agropacto, no auditório do Banco do Brasil, em Fortaleza. O seminário será realizado pela Prática Eventos, no Centro de Eventos do Ceará, de 11 a 13 de novembro de 2015.

A diretora da Prática Eventos, Enid Câmara, falou da importância do seminário para o agronegócio, consolidado como um evento estratégico para a cadeia de produtos e serviços do segmento de logística. “É um espaço diferenciado para que empresas e instituições apresentem aos visitantes e participantes oportunidades de negócios, tendências e ampliação de mercado”, disse Enid.

Formam o público-alvo do seminário, operadores portuários, transportadores, companhias docas, portos e terminais, transporte marítimo, aéreo, ferroviário e rodoviário, autoridades do setor, profissionais de logística, transporte e comércio exterior, empresas exportadoras e importadoras, aduaneiras, hidroviários, construtores, operadores de logística, seguradoras, instituições de ensino superior, professores, alunos e pesquisadores ligados à cadeia produtiva de logística e outros (www.seminariosep.com.br).
Flávio Saboya, Enid Câmara e Pedro Brito no lançamento da EXPOLOG

Palestra

Pedro Brito falou sobre um novo cenário logístico para o Nordeste e disse que “a logística é o sistema nervoso de qualquer economia, qualquer negócio. É indispensável e fundamental em qualquer região e, no Brasil e no Nordeste, deixa muito a desejar”. Brito destacou a Holanda que, através do Porto de Rotterdam, tornou-se um dos países mais ricos do mundo. O porto tem uma estratégia de desenvolvimento definida até 2020.

O palestrante foi mais além nas comparações e mencionou Singapura, o segundo maior porto do mundo, e o Porto de Xangai, na China, o maior do mundo em movimento de carga. Brito disse que a China investiu em infraestrutura e não tinha um único porto há 20 anos. Hoje, entre os 10 maiores do mundo, sete são chineses.

Apesar de confiante no crescimento do Brasil, Brito mencionou uma ponte existente no Porto de Xangai, construída sobre o mar em dois anos e meio, com quatro pistas e 30 quilômetros de extensão, enquanto no Brasil, o Porto de Luís Correia, no Piauí, está em construção há 35 anos. O que diferencia a situação do Brasil em relação a outros países em desenvolvimento é a falta  de investimento, planejamento e vontade política. “Nosso ambiente político é diferente”, disse o palestrante.

Voltando ao tema da palestra, Brito apresentou dois equipamentos que podem contribuir para o desenvolvimento do setor: a ferrovia Nova Transnordestina e o sistema portuário, em especial o Porto do Pecém. A Transnordestina se divide em dois momentos: a antiga, com uma malha de mais de quatro mil quilômetros abrangendo regiões de baixo valor agregado (carga), e a Nova Transnordestina, com um novo traçado. A ferrovia tem 1.753 quilômetros, começa no Sul do Piauí (Eliseu Martins) e cruza o Nordeste, passando por 80 municípios do Piauí, Ceará e Pernambuco. O orçamento é de R$ 11 bilhões, e a obra deverá ser concluída em 2017.

Para Brito, a ferrovia vai incentivar um novo parque industrial e criar conexões logísticas que vão desenvolver o Porto do Pecém, que precisa ter equipamentos para atuar nesta nova realidade. Numa perspectiva otimista, Brito considera que o Pecém poderá tornar-se um hab (porto concentrador), pelas suas características de ter águas profundas e estar fora da cidade, o que facilita as conexões. Brito reconhece que quem define o porto concentrador é o armador, o mercado e afirma que o Pecém tem melhores condições que Suape. Apesar desta perspectiva, ele diz que “no Ceará não existe carga e que o Estado deve concentrar carga de outras regiões.

Para compor uma cadeia logística de apoio ao Porto do Pecém, Brito citou a BR-020 Brasília-Fortaleza, a Ferrovia Salgueiro-Petrolina e a Hidrovia do Rio Parnaíba.

Nenhum comentário:

Postar um comentário