O presidente da Federação da Agricultura do Estado do Ceará, Flávio Saboya, conduziu os trabalhos |
Com uma palestra do diretor de Portos da Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN), Pedro Brito, foi lançado oficialmente o X Seminário
Internacional de Logística e EXPOLOG – Feira Nacional de Logística, nesta
terça-feira (23), na reunião semanal do Agropacto, no auditório do Banco do
Brasil, em Fortaleza. O seminário será realizado pela Prática Eventos, no
Centro de Eventos do Ceará, de 11 a 13 de novembro de 2015.
A diretora da Prática Eventos, Enid Câmara, falou da
importância do seminário para o agronegócio, consolidado como um evento
estratégico para a cadeia de produtos e serviços do segmento de logística. “É
um espaço diferenciado para que empresas e instituições apresentem aos
visitantes e participantes oportunidades de negócios, tendências e ampliação de
mercado”, disse Enid.
Formam o público-alvo do seminário, operadores portuários,
transportadores, companhias docas, portos e terminais, transporte marítimo,
aéreo, ferroviário e rodoviário, autoridades do setor, profissionais de
logística, transporte e comércio exterior, empresas exportadoras e importadoras,
aduaneiras, hidroviários, construtores, operadores de logística, seguradoras,
instituições de ensino superior, professores, alunos e pesquisadores ligados à
cadeia produtiva de logística e outros (www.seminariosep.com.br).
Flávio Saboya, Enid Câmara e Pedro Brito no lançamento da EXPOLOG |
Palestra
Pedro Brito falou sobre um novo cenário logístico para o
Nordeste e disse que “a logística é o sistema nervoso de qualquer economia,
qualquer negócio. É indispensável e fundamental em qualquer região e, no Brasil
e no Nordeste, deixa muito a desejar”. Brito destacou a Holanda que, através do
Porto de Rotterdam, tornou-se um dos países mais ricos do mundo. O porto tem
uma estratégia de desenvolvimento definida até 2020.
O palestrante foi mais além nas comparações e mencionou Singapura,
o segundo maior porto do mundo, e o Porto de Xangai, na China, o maior do mundo
em movimento de carga. Brito disse que a China investiu em infraestrutura e não
tinha um único porto há 20 anos. Hoje, entre os 10 maiores do mundo, sete são
chineses.
Apesar de confiante no crescimento do Brasil, Brito mencionou
uma ponte existente no Porto de Xangai, construída sobre o mar em dois anos e
meio, com quatro pistas e 30 quilômetros de extensão, enquanto no Brasil, o
Porto de Luís Correia, no Piauí, está em construção há 35 anos. O que
diferencia a situação do Brasil em relação a outros países em desenvolvimento é
a falta de investimento, planejamento e
vontade política. “Nosso ambiente político é diferente”, disse o palestrante.
Voltando ao tema da palestra, Brito apresentou dois
equipamentos que podem contribuir para o desenvolvimento do setor: a ferrovia
Nova Transnordestina e o sistema portuário, em especial o Porto do Pecém. A
Transnordestina se divide em dois momentos: a antiga, com uma malha de mais de
quatro mil quilômetros abrangendo regiões de baixo valor agregado (carga), e a
Nova Transnordestina, com um novo traçado. A ferrovia tem 1.753 quilômetros,
começa no Sul do Piauí (Eliseu Martins) e cruza o Nordeste, passando por 80
municípios do Piauí, Ceará e Pernambuco. O orçamento é de R$ 11 bilhões, e a
obra deverá ser concluída em 2017.
Para Brito, a ferrovia vai incentivar um novo parque
industrial e criar conexões logísticas que vão desenvolver o Porto do Pecém,
que precisa ter equipamentos para atuar nesta nova realidade. Numa perspectiva
otimista, Brito considera que o Pecém poderá tornar-se um hab (porto
concentrador), pelas suas características de ter águas profundas e estar fora
da cidade, o que facilita as conexões. Brito reconhece que quem define o porto
concentrador é o armador, o mercado e afirma que o Pecém tem melhores condições
que Suape. Apesar desta perspectiva, ele diz que “no Ceará não existe carga e
que o Estado deve concentrar carga de outras regiões.
Para compor uma
cadeia logística de apoio ao Porto do Pecém, Brito citou a BR-020
Brasília-Fortaleza, a Ferrovia Salgueiro-Petrolina e a Hidrovia do Rio Parnaíba.
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