Rubens Schwartzmann, presidente da Abracorp |
Com
previsão de serem implementadas em 14/03/2017, as novas regras para compra de
passagens aéreas nacionais instituídas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac),
apresentam pontos controversos e discutíveis. Um deles refere-se à cobrança de
taxa de bagagem, cujo valor ficará a critério de cada empresa aérea, sem
qualquer mediação regulamentar sobre valor ou definição para efeito de cálculo.
Segundo
o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo
Sanovicz, “hoje nenhuma bagagem tem transporte gratuito, porque as empresas
aéreas embutem nas tarifas as taxas para todos os passageiros,
independentemente do que levam para os aviões. Passa a pagar quem usa a
bagagem. Quem não usa, que é metade daqueles que viajam, não pagará”.
O teor
da declaração de Sanovicz, de que a taxa de bagagem já está embutida nas
tarifas atuais, leva à dedução de que os passageiros do segmento corporativo
deverão pagar menos por suas passagens. Motivo: os viajantes corporativos,
costumeiramente, viajam sem bagagem. Desta forma, uma tarifa de ponte aérea que
custou R$ 541,00 no 3º trimestre de 2016, conforme indicadores da Associação
Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), poderá, por exemplo,
custar menos.
Já uma
passagem de São Paulo a Fortaleza para um viajante em férias ou a trabalho, que
ficará alguns dias no destino, poderá custar mais, considerando que ele viaje
com bagagens. Para as companhias aéreas, tudo está sujeito à lei de oferta e
demanda. O fato é que as chamadas receitas auxiliares, onde entram as bagagens,
têm apresentado crescimento contínuo no faturamento das companhias aéreas.
Estudos
de mercado aos quais a Abracorp teve acesso dão conta de que as companhias
aéreas devem faturar, em âmbito global, somente com as receitas auxiliares,
algo como U$ 68 bilhões em 2016 (crescimento de 13% em relação a 2015), o que
equivale a cerca de 9% do faturamento total esperado.
A
Abracorp entende que, se o foco é oferecer mobilidade e agilidade ao cliente, é
imperativo que as plataformas de online booking tool (ou off-line) utilizadas
pelas TMC´s possam integrar-se aos sistemas das companhias aéreas, no sentido
de oferecer esse menu de serviços ao cliente. Isso tornaria o custo total algo
previsível no orçamento do viajante, uma vez que o preço da passagem é, hoje,
apenas componente tarifário de um todo.
A
entidade também sustenta que as companhias aéreas devem divulgar, intensamente,
suas estratégias individuais para tratar cada item das novas regras da Anac,
principalmente em relação aos procedimentos e valores que poderão ser cobrados
por cada serviço. A Abracorp acompanha de perto a discussão e a implantação das
novas regras, incluindo pontos importantes como prazos para reembolsos,
remarcações, entre outros.
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