Parque Nacional (Parna) e Área de Proteção Ambiental (APA) são rótulos
que caracterizam a bela praia de Jericoacoara, um paraíso no litoral oeste do
Ceará, a 300 quilômetros de Fortaleza. Se você não a visitou antes, é provável
que tenha deixado de conhecer um dos mais belos cenários que a natureza deu de
presente ao Ceará. A melhor parte foi descoberta no início da década de 80,
quando o lugar era de difícil acesso (difícil mesmo) e habitado só por nativos
que formavam uma pequena colônia de pescadores.
Com o passar dos anos, muita coisa mudou. Os turistas começaram a
chegar, os desportistas descobriram a voracidade dos ventos e a especulação
imobiliária tupiniquim invadiu os espaços de forma irregular. Os coqueiros
foram soterrados pelas dunas, que, por sua vez, foram e estão sendo destruídas
pelos caminhos improvisados.
Antes que o paraíso fosse destruído, foi determinada a APA, em junho de 1984.
O espaço ganhou reforço com a criação do Parna de Jericoacoara, em fevereiro de
2002, com área de 8.416 hectares, depois ampliada para 8.850 hectares. “O Parna tem como objetivo proteger amostras dos ecossistemas costeiros, garantir
a preservação de seus recursos naturais e proporcionar pesquisa científica,
educação ambiental e turismo ecológico”, descreve o seu regulamento.
Apesar destes “cuidados”,
muita coisa mudou neste ambiente de beleza e encantamento. Quem o conheceu no
início haverá de concordar. Os pescadores sumiram, mudaram de profissão. Os
costumes das cidades grandes chegaram e tiraram a originalidade do lugar. Mesmo
assim, Jeri resiste, atrai e encanta. Seus principais atrativos são a Pedra
Furada, a Duna do Pôr do Sol e as lagoas. A sede do município, denominada Jijoca
de Jericoacoara, tem nos limites os municípios de Cruz e Camocim, com áreas
incluídas no Parna de Jericoacoara.
AEROPORTO
A partir de amanhã
(24.06.2017), com a inauguração de um aeroporto regional no município de Cruz e um voo inaugural com saída de São Paulo,
Jeri passa e viver um novo tempo, inicialmente com voos charters e depois com
linhas aéreas regulares. Este é o desejo do governo do Estado, que trabalha
pelo desenvolvimento do turismo. No entanto, muita coisa precisa ser observada.
Veja abaixo:
Jeri não produz nada.
Todo o alimento consumido vem de outros municípios, o que encarece os produtos;
a vila dispõe de uma boa rede hoteleira (pequenos hotéis e pousadas), compatível
com a demanda atual; o atendimento na área de saúde é precário; não há
fiscalização ou controle nos passeios de buggies; a prestação de serviços deixa
a desejar; limpeza pública, saneamento e segurança são quase inexistentes; o
espaço físico da vila não suporta grandes demandas.
Antes que destruam a “galinha
dos ovos de ouro”, esperamos que a cobrança diária por permanência (como ocorre
em Fernando de Noronha) seja adotada o mais rápido possível. Sem controle, Jeri
terá vida curta nesta nova fase.
.Sua observação é muito importe. Jericoacora precisa de infraestrutura e insumos adequados para manter sua população, seus processos produtivos e atender o setor turístico. A região é maravilhosa e não pode perder, ainda mais, suas características regionais e naturais.
ResponderExcluirObrigado pela participação e por defender a preservação deste lugar único, maravilhoso.
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