“Este
ano plantamos as sementes para transformar o turismo em um dos principais
pilares da economia brasileira”, afirma Marx Beltrão (foto), em entrevista de balanço
Aprovação do trabalho intermitente,
implantação do visto eletrônico, regularização da lei da gorjeta, reativação
das Câmaras Temáticas do Conselho Nacional e ampliação do diálogo com o
Congresso Nacional e o setor produtivo. Estas foram as principais conquistas
elencadas pelo ministro Marx Beltrão no ano de 2017. À frente do Ministério do
Turismo há pouco mais de 14 meses, Beltrão ressaltou o esforço que vem sendo
realizado junto aos parlamentares para aprovação das medidas do Plano Brasil +
Turismo que tramitam no Congresso. Confira a entrevista completa concedida à
Agência de Notícias do Turismo (ANT) a seguir:
ANT: Este ano foi marcado pelo
lançamento do Plano Brasil + Turismo. O senhor pode falar da expectativa sobre
a aprovação das medidas no Congresso e o impacto que elas poderão trazer para o
setor?
MB: O lançamento do Plano Brasil +
Turismo foi uma grande conquista para o nosso setor. Nele, estão elencadas
medidas imprescindíveis e urgentes para aumentar o fluxo doméstico e
internacional de turistas, modernizar a legislação, criar oportunidades de
negócios, estimular a geração de emprego e renda, e tornar nossos produtos e serviços
mais competitivos. Algumas medidas já entraram em vigor, como a implantação do
visto eletrônico, o reforço na qualificação profissional, a atualização do Mapa
do Turismo Brasileiro e o acordo com a Agência Nacional de Transporte Terrestre
(ANTT). Porém, temos importantes iniciativas – como a reformulação do modelo de
gestão da Embratur, a modernização da Lei Geral do Turismo, e a abertura de
capital das empresas aéreas -, que ainda dependem de aprovação do Congresso
Nacional. Acredito que em 2017 plantamos as
sementes que colheremos nos próximos anos. Tenho certeza que esse conjunto de
medidas tem tudo para transformar, em definitivo, o turismo em um dos
principais pilares da economia brasileira.
ANT: O Ministério do Turismo tem,
historicamente, um dos menores orçamentos da Esplanada. Como driblar a falta de
recursos e conseguir dar andamento às políticas e projetos da Pasta?
MB: Quando assumi o Ministério do
Turismo, identifiquei que o orçamento não era adequado aos desafios e à
capacidade da Pasta de gerar emprego e renda ao país. Isso porque o turismo
nunca tinha sido encarado como uma atividade econômica, ao contrário de países
como Portugal, Espanha e França, por exemplo. Nesse sentido, trabalhei junto ao
Governo Federal para atrair mais recursos para nosso setor e, como resultado,
conseguimos fazer importantes entregas em 2017.
Estou certo de que o poder público
tem um limite, e por isso sou amplamente a favor de um diálogo com a iniciativa
privada. Acredito que nosso papel como governo é melhorar o ambiente de
negócios para que os empresários possam investir em nosso país e gerar emprego
para nosso povo. Essa aliança é fundamental para transformarmos o Brasil em um
dos principais destinos turísticos do mundo.
ANT: Recentemente foi feito um
balanço no número de obras entregues pelo Ministério do Turismo em 2017. O
senhor acredita que os investimentos em infraestrutura podem elevar o potencial
dos destinos para receber turistas?
MB: Não tenho dúvidas. Entregamos 993
obras de infraestrutura este ano. São intervenções que vão desde o asfaltamento
de estradas que ligam destinos turísticos a grandes centros, construção de
centros de eventos, museus, casas de artesanato, pontes, instalação de
sinalização turística, entre outros. Essas obras são fundamentais para o
desenvolvimento regional e foram responsáveis pela geração de emprego e renda
para a população.
É importante que as pessoas percebam
que a melhoria da infraestrutura turística significa mais qualidade na
experiência do turista, além de impulsionar o surgimento de novos
empreendimentos como hospedagem, alimentação e lazer.
ANT: Em 2018, o Ministério do Turismo
irá completar 15 anos. Qual o balanço que o senhor faz do período e os
principais desafios a serem encarados no futuro?
MB: Este jovem ministério, um dos mais
recentes da Esplanada, reúne números importantes que devem ser citados aqui.
Hoje, o turismo emprega cerca de sete milhões de brasileiros e representa 8,5%
do PIB direto e indireto do país, porém nosso potencial é muito maior. Somente
o setor de bares e restaurantes, por exemplo, espera criar novos dois milhões
de empregos nos próximos anos. Outro segmento que já aponta um crescimento de
15% para a próxima temporada é o dos cruzeiros marítimos.
Acredito que nosso principal desafio
é aprovar o Projeto de Lei em tramitação no Congresso Nacional que envolve a reformulação
da Embratur, a abertura de capital das aéreas e a modernização da Lei Geral do
Turismo. Feito isso, o turismo irá entrar no centro da agenda econômica do país
e poderá gerar ainda mais empregos para os brasileiros.
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