Quatro grandes corredores vão conectar paisagens naturais no país. A meta
é chegar a 18 mil quilômetros e movimentar 2 milhões de pessoas por ano
Caminho de Cora Coralina, em Goiás, já sinalizado |
Os ministros do Turismo,
Vinicius Lummertz, e do Meio Ambiente, Edson Duarte, juntamente com o
presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO),
Paulo Henrique Carneiro, assinaram ontem (sexta-feira (19) em São Paulo a
portaria que institui a Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e
Conectividade. O ato marcou a abertura da 19ª Adventure Sports Fair,
considerado o principal evento latino-americano dedicado ao mercado de turismo
de aventura e esportes do ar livre, que está sendo realizado em São Paulo.
O sistema de trilhas prevê quatro grandes corredores naturais sinalizados com uma pegada amarela sobre uma base preta, indicando o sentido a ser percorrido. A meta é estruturar 18 mil quilômetros em 20 anos, com estimativa de movimentar 2 milhões de pessoas por ano. Apenas 1,9 mil quilômetro estão prontos.
Caminho das Araucárias (RS/SC), já sinalizado |
A “RedeTrilhas” será
composta por trilhas que ligam diferentes biomas de Norte a Sul do País,
conectando paisagens e ecossistemas brasileiros para promover a organização,
estruturação e ampla visibilidade à oferta turística de natureza no Brasil. As
rotas serão identificadas com um símbolo de uma “pegada” no chão e poderão ser
percorridas a pé, de bicicleta ou utilizando outros modos de viagem não
motorizados.
“O ecoturismo representa
uma das maiores oportunidades que temos de nos posicionar no cenário internacional
para atrair turistas e divisas para o país. Diversos países, como os Estados
Unidos, servem de exemplo de como usar de forma sustentável os atrativos
naturais para movimentar a economia”, comentou o ministro do Turismo, Vinicius
Lummertz. De acordo com o estudo de competitividade do turismo do Fórum
Econômico Mundial, o Brasil é o número um do mundo em atrativos naturais.
CIRCUITOS
Os circuitos são o
Litorâneo, do Oiapoque (AP) ao Chuí (RS); o Caminhos Coloniais, do Rio de
Janeiro até Goiás Velho (GO); o Caminhos dos Goyases, entre Goiás Velho e a
Chapada dos Veadeiros (GO); e o Caminhos do Peabiru, ligando o Parque Nacional
do Iguaçu (PR) ao litoral paranaense.
Entre as trilhas já
sinalizadas, estão o Caminho da Serra do Mar (RJ), a Transcarioca (RJ), a
Transespinhaço (MG), a Rota Darwin (RJ-PE) e o Caminho das Araucárias (RS/SC),
que integram o corredor Litorâneo; o Caminho de Cora Coralina (GO) e o Caminho
da Floresta Nacional de Brasília, que fazem parte do Caminhos dos Goyases; a
Trilha Chico Mendes (AC); e a Transmantiqueira (RJ, MG e SP), que estão sendo
percorridas pelos primeiros grupos de aventureiros e exploradores.
ECOTURISMO
Para mais de 622 mil
estrangeiros que visitaram o Brasil no ano passado, o turismo de natureza,
ecoturismo ou aventura foi o principal motivo de viagem. Além disso, em três
dos quatro países para os quais já foi adotado o visto eletrônico, o segmento
foi o principal motivo da viagem para destinos brasileiros no ano passado:
Japão (72,8%), Austrália (60,6%) e Canadá (42,8%).
A performance do país nesse
mercado é incompatível com a diversidade e qualidade da oferta, segundo
Lummertz. “Enquanto os EUA recebem 307 milhões de visitantes e faturam US$ 17
bilhões com os parques ao ano, o Brasil recebe pouco mais de 10 milhões de
visitantes e fatura R$ 2 bilhões sendo o número um do mundo. Esses dados não
fazem sentido, precisamos agir e virar essa página”, disse o ministro do Turismo.
Juntos, os setores de
hospedagem e alimentação representam mais de 50% dos R$ 2 bilhões de
faturamento anual gerado para os municípios de acesso aos parques no Brasil. O
dado revela a importância econômica do turismo para destinos que são portões de
entrada dessas áreas protegidas.
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