sábado, 20 de outubro de 2018

Ecoturismo no Brasil ganha sistema de trilhas de longo curso

Quatro grandes corredores vão conectar paisagens naturais no país. A meta é chegar a 18 mil quilômetros e movimentar 2 milhões de pessoas por ano
Caminho de Cora Coralina, em Goiás, já sinalizado
Os ministros do Turismo, Vinicius Lummertz, e do Meio Ambiente, Edson Duarte, juntamente com o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), Paulo Henrique Carneiro, assinaram ontem (sexta-feira (19) em São Paulo a portaria que institui a Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade. O ato marcou a abertura da 19ª Adventure Sports Fair, considerado o principal evento latino-americano dedicado ao mercado de turismo de aventura e esportes do ar livre, que está sendo realizado em São Paulo.

O sistema de trilhas prevê quatro grandes corredores naturais sinalizados com uma pegada amarela sobre uma base preta, indicando o sentido a ser percorrido. A meta é estruturar 18 mil quilômetros em 20 anos, com estimativa de movimentar 2 milhões de pessoas por ano. Apenas 1,9 mil quilômetro estão prontos.

Caminho das Araucárias (RS/SC), já sinalizado
A “RedeTrilhas” será composta por trilhas que ligam diferentes biomas de Norte a Sul do País, conectando paisagens e ecossistemas brasileiros para promover a organização, estruturação e ampla visibilidade à oferta turística de natureza no Brasil. As rotas serão identificadas com um símbolo de uma “pegada” no chão e poderão ser percorridas a pé, de bicicleta ou utilizando outros modos de viagem não motorizados.

“O ecoturismo representa uma das maiores oportunidades que temos de nos posicionar no cenário internacional para atrair turistas e divisas para o país. Diversos países, como os Estados Unidos, servem de exemplo de como usar de forma sustentável os atrativos naturais para movimentar a economia”, comentou o ministro do Turismo, Vinicius Lummertz. De acordo com o estudo de competitividade do turismo do Fórum Econômico Mundial, o Brasil é o número um do mundo em atrativos naturais.

CIRCUITOS

Os circuitos são o Litorâneo, do Oiapoque (AP) ao Chuí (RS); o Caminhos Coloniais, do Rio de Janeiro até Goiás Velho (GO); o Caminhos dos Goyases, entre Goiás Velho e a Chapada dos Veadeiros (GO); e o Caminhos do Peabiru, ligando o Parque Nacional do Iguaçu (PR) ao litoral paranaense.

Entre as trilhas já sinalizadas, estão o Caminho da Serra do Mar (RJ), a Transcarioca (RJ), a Transespinhaço (MG), a Rota Darwin (RJ-PE) e o Caminho das Araucárias (RS/SC), que integram o corredor Litorâneo; o Caminho de Cora Coralina (GO) e o Caminho da Floresta Nacional de Brasília, que fazem parte do Caminhos dos Goyases; a Trilha Chico Mendes (AC); e a Transmantiqueira (RJ, MG e SP), que estão sendo percorridas pelos primeiros grupos de aventureiros e exploradores.

ECOTURISMO

Para mais de 622 mil estrangeiros que visitaram o Brasil no ano passado, o turismo de natureza, ecoturismo ou aventura foi o principal motivo de viagem. Além disso, em três dos quatro países para os quais já foi adotado o visto eletrônico, o segmento foi o principal motivo da viagem para destinos brasileiros no ano passado: Japão (72,8%), Austrália (60,6%) e Canadá (42,8%).

A performance do país nesse mercado é incompatível com a diversidade e qualidade da oferta, segundo Lummertz. “Enquanto os EUA recebem 307 milhões de visitantes e faturam US$ 17 bilhões com os parques ao ano, o Brasil recebe pouco mais de 10 milhões de visitantes e fatura R$ 2 bilhões sendo o número um do mundo. Esses dados não fazem sentido, precisamos agir e virar essa página”, disse o ministro do Turismo.

Juntos, os setores de hospedagem e alimentação representam mais de 50% dos R$ 2 bilhões de faturamento anual gerado para os municípios de acesso aos parques no Brasil. O dado revela a importância econômica do turismo para destinos que são portões de entrada dessas áreas protegidas.


Nenhum comentário:

Postar um comentário