Facilitar o ingresso para visitantes de países com grande potencial
emissivo deve representar um significativo crescimento para o turismo
brasileiro. Projeto de Decreto Legislativo tenta vetar essa iniciativa
A Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) e a Associação
Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) defendem há anos a criação de
medidas que estimulem maior fluxo de turistas para o Brasil, e uma delas
passa pela flexibilização na política de vistos para estrangeiros.
Oficializado no último dia 16 de março, o Decreto nº 9.731 isenta cidadãos
dos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão, representando um passo adiante
no objetivo de conferir ao turismo brasileiro mais competitividade junto ao
mercado internacional, que no último ano representou o ingresso de 6,6
milhões de turistas, um resultado infinitamente aquém das nossas
potencialidades.
Esta semana, no entanto, fomos surpreendidos pelo Projeto de Decreto
Legislativo nº 68/2019, de autoria do senador Randolfe Rodrigues, que tem por
objetivo vetar essa importante conquista para o setor de turismo, além
de alterar o Decreto nº 9.199, de 20 de novembro de 2017, que regulamenta a
Lei nº 13.445, de 24 de maio de 2017, que institui a Lei de Migração.
Nesse sentido, Abav e Braztoa pedem o apoio de todos, que
assim como nós acreditam no turismo como grande força motriz para o
desenvolvimento da economia nacional, para que a proposta de veto do senador
Randolfe Rodrigues seja rejeitada. Acessem a consulta pública do senado e
votem NÃO.
A isenção de vistos para turistas de localidades selecionadas pode
representar um significativo crescimento para o turismo brasileiro. Segundo o
Ministério do Turismo, com um ano de visto eletrônico em prática, o país
registrou uma injeção de R$ 450 milhões na economia e mais de 715 mil turistas
vindos destas mesmas localidades beneficiadas pelo decreto. Dados da
Organização Mundial de Turismo atestam que medidas de facilitação de viagens,
como a dispensa do visto, podem gerar um aumento de até 25% no fluxo dos
destinos envolvidos. Com base neste estudo e no histórico dos gastos dos
turistas dos países beneficiados, a projeção com essa medida é de uma
arrecadação de receita de até R$ 1,4 bilhão em apenas dois anos.
"Diversos são os exemplos de países que ampliaram as ofertas
turísticas para superar crises econômicas com resultados surpreendentes em
poucos anos e o Brasil tem todo o potencial para segui-los. É preciso
investir no desenvolvimento de novos produtos turísticos, ancorados
em ações e estratégias de marketing que alcancem o consumidor
estrangeiro e o estimule a conhecer o Brasil", diz Geraldo Rocha (foto),
presidente da Abav Nacional.
"Há muito a ser trabalhado na composição e apresentação da nossa
oferta turística. Temos uma diversidade de atrativos e destinos pouco
explorados e com grande potencial, especialmente para o mercado
internacional, e facilitar a entrada de visitantes de países com grande fluxo
emissivo é uma medida fundamental nesse processo", completa Magda Nassar (foto), presidente
da Braztoa.
Sobre questões de segurança, muito apontadas com a oficialização do
decreto, os dirigentes ressaltam que a isenção de visto busca diminuir a
burocracia para admissão de estrangeiros no país, sem prejuízo às medidas em
vigor no controle de entrada, que são mantidas pela Polícia Federal com atuação
integrada a serviços de inteligência de todo o mundo.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário