Neste ano, o Ministério do Turismo vai
investir R$ 4 milhões nos festejos que estão se consolidando como um produto
turístico originalmente brasileiro
As festas juninas simbolizam a
cultura popular do Brasil, e reúnem
multidões para celebrar Santo Antônio, São João e São Pedro, especialmente no
Nordeste, mas também em todo o país. Para 2019, o Calendário Nacional de
Eventos do Ministério do Turismo possui 103 eventos já cadastrados com esse
perfil, em 15 estados de todas as regiões brasileiras, que se iniciam ainda
neste mês e se intensificam em junho e julho. E esse número pode aumentar em
até 37% até o fim de maio.
O colorido das festas juninas embeleza as cidades nordestinas |
Segundo o ministro Marcelo Álvaro
Antônio, o forte envolvimento das populações locais nas festas juninas
impulsiona o turismo regional. “Estes eventos são importantes indutores do
turismo nacional e atraem visitantes de todo o Brasil e do mundo que desejam
conhecer a diversidade cultural que o país tem a oferecer. É um produto
turístico que tem a cara do Brasil e está em franco processo de estruturação e
consolidação”, pontuou o ministro.
O aumento do fluxo de turistas, em
junho e julho, movimenta o comércio e gera empregos antes, durante e depois das
comemorações. Para se ter uma ideia, somente em Campina Grande (PB), que
promove uma das maiores festas do país, se espera um público de 3 milhões de
visitantes, com injeção de quase R$ 300 milhões na economia local e geração de
3 mil empregos diretos e indiretos na região. A pernambucana Caruaru espera
cerca de 2,5 milhões de pessoas, com uma estimativa de faturamento regional na
casa dos R$ 240 milhões.
Campina Grande faz o Maior São João do Mundo |
Ainda no Nordeste, a Cidade Junina de
Mossoró (RN) pretende receber 1 milhão de pessoas, uma média de 100 mil
visitantes por noite, em uma das festas mais tradicionais do gênero no país. O
resultado será uma movimentação econômica de mais de R$ 50 milhões com geração
de empregos para costureiras, bordadeiras, brincantes (o pessoal que se
apresenta nos grupos) e no comércio local. Já em São Luís (MA), o Bumba Meu
Boi, patrimônio imaterial brasileiro, terá este ano cerca de 50 mil pessoas
acompanhando as apresentações, que contam com mais de 500 grupos folclóricos.
Segundo o secretário municipal de
Turismo de João Pessoa, Fernando Paulo Pessoa Milanez, o trabalho desenvolvido
é para que o festejo junino da cidade tenha seu valor turístico reconhecido,
tanto no Brasil como no mundo. “Trata-se de uma manifestação cultural
extremamente rica, que tem enorme potencial para se transformar em um produto
turístico tão importante quanto o Carnaval”, enfatiza o secretário. Ele ainda
ressalta que o São João da Paraíba não se resume apenas a Campina Grande. “Aqui
a celebração ocorre em quase todos os bairros. É uma festa com grandeza
comprovada na diversidade e originalidade de suas atrações artísticas, como
também na sua rentabilidade econômica, fluxo turístico e, primordialmente, na
participação popular”, afirma.
TOUR
JUNINO PELO BRASIL
Festival Junino de Bragança, no Pará |
A capital do Carnaval,
Salvador, não deixa a desejar na época de São João. Ouros municípios baianos
também participam do circuito “São João na Bahia”, como São Francisco do Conde
e Amargosa. A Festa Junina de Salvador conta com mais de 100 shows que
acontecem no Pelourinho e no Subúrbio Ferroviário, onde a cidade toda é tomada
pelas comemorações.
Mas quem acha que somente o
Nordeste produz grandes festas, ainda não conhece as comemorações em Minas
Gerais e no Pará. A capital mineira, Belo Horizonte, entrou definitivamente no
calendário junino tendo como ponto alto o campeonato de quadrilhas e a
gastronomia mineira, que ganhou um circuito especial com a participação de
restaurantes da cidade.
Recheada de referências a
mitos amazônicos, o Festival Junino de Bragança, no Pará, se tornou único no
país. Bois-bumbás, cordões de pássaros da região caeteuara e grupos musicais
populares de raiz são algumas das atrações. Além disso, a cada noite, um grupo
da agricultura familiar de comunidade distinta mostra o processo de fabricação
da farinha de mandioca e a Casa Caeteuara expõe e comercializa o artesanato
bragantino.
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