quinta-feira, 27 de junho de 2019

O sonho de Eleazar de Carvalho meio século depois

Meio século de música leva turistas a Campos do Jordão

Quando em 1970 o maestro Eleazar de Carvalho idealizou para Campos do Jordão um festival de música erudita inspirado no de Tanglewood, nos Estados Unidos, ele não imaginava que sua ideia fosse se transformar no maior e mais importante evento do gênero na América Latina. Desde os primeiros concertos no Palácio Boa Vista, já são 50 anos de história. E agora, quando completa meio século de existência, o festival entra em uma nova fase.
A edição de 2019 vai contar com outros ritmos. A abertura será tradicional, com a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, dia 29 de junho, no auditório Cláudio Santoro. Mas entre os 150 espetáculos previstos também estão shows musicais com artistas populares. Ainda no dia 29, Mônica Salmaso vai se apresentar na concha acústica da praça de Capivari. Dia 30, Carlinhos Brow vai subir no mesmo palco.
A programação será encerrada no dia 27 de julho
Dia 6 de julho será a vez de Fafá de Belém se apresentar na praça de Capivari. Dia 13, Toquinho vai cantar seus grandes sucessos. Uma semana mais tarde, no dia 20, Lenine será a atração principal na concha acústica. No dia 27 de julho, encerrando a programação popular, o samba vai invadir Campos do Jordão com a apresentação de Diogo Nogueira. Todos os artistas serão acompanhados pela orquestra Jazz Sinfônica.
Apesar da mistura pop, a música erudita ainda domina a programação. Merece destaque o pianista Nelson Freire, que vai se apresentar no auditório Cláudio Santoro dia 11 de julho; o recital de Jean Louis Steuerman, dia 23, na Sala São Paulo; e o dueto de Arnaldo Cohen com o violoncelista Viktor Uzur, também na capital. A parte pedagógica, que é a essência do Festival, está mantida. Durante 30 dias cerca de 200 jovens bolsistas vão estudar com os maiores nomes da música clássica mundial. Durante esse conservatório, também vão formar uma orquestra trazendo no repertório peças de Cláudio Santoro, Schumann e Ripper, entre outros compositores.
HOTEL TORIBA: DE VOLTA ÀS ORIGENS
O Hotel Toriba faz parte da história musical de Campos do Jordão
A introdução da Música Popular Brasileira não é a única novidade presente na programação. A edição de número 50 também vai revisitar um dos espaços mais tradicionais da música clássica em Campos do Jordão: o Hotel Toriba.
Muito antes dos primeiros acordes surgirem na serra, em 1970, o Toriba já recebia concertos. O piano Steinway, fabricado no começo do século passado, e que continua impecável até hoje, é a prova dessa ligação forte do hotel com a música. Tanto que serviu de laboratório para a criação do Festival. “O maestro João Carlos Martins me contou que a reunião que decidiu criar o Festival de Inverno aconteceu nas dependências do hotel”, revelou Aref Farkouh, proprietário do Toriba.
A partir de 2014, as apresentações musicais que eram realizadas todos os sábados ganharam mais espaço. Dois novos pianos foram adquiridos e a música passou a fazer parte da rotina dos hóspedes também as quartas e sextas-feiras. Cantores líricos, solistas e duetos foram convidados a se apresentar no hotel. O movimento cresceu e se transformou no programa Toriba Musical, dirigido pelo pianista Antônio Luiz Barker, que pode ser apreciado, inclusive, por quem não está hospedado no hotel.
Atualmente há um apartamento exclusivo para receber os artistas que figuram entre os melhores do Brasil. Uma vez por mês eles se apresentam gratuitamente no Auditório Cláudio Santoro. Além disso, o Toriba também patrocina o coral Meninas Cantoras de Campos do Jordão, que já gravou dois CDs. Em reconhecimento a essas iniciativas, os organizadores resolveram transformar o Toriba em mais um palco do Festival de Inverno.
Serão 12 concertos, quatro deles gratuitos. Claudio Goldman vai abrir a programação do hotel no dia 6 de julho com dois espetáculos: às 16h30, no museu Felícia Leirner; e às 19h, na sala da Lareira.  



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