quinta-feira, 18 de julho de 2019

Fortaleza entre as quatro cidades do Brasil que concorrem a títulos na Unesco

As regiões pretendem integrar a Rede de Cidades Criativas da entidade. Atualmente, o país conta com oito selos; o resultado sai até o fim de outubro

A Rede de Cidades Criativas, da Unesco, tem quatro cidades brasileiras candidatas a títulos para este ano. Fortaleza (CE) concorre no segmento de Design, Belo Horizonte (MG) na categoria Gastronomia, Cataguases (MG) em Cinema, e Aracaju (SE) na música. O resultado sai até o fim de outubro.

Por meio de políticas públicas, boas práticas e projetos de base que promovam a participação de todos - incluindo mulheres, jovens e grupos vulneráveis, a rede coopera de forma decisiva para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 das Nações Unidas. Atualmente, a rede, criada em 2004, conta com 180 cidades em 72 países. Oito delas são no Brasil: Belém (PA), Florianópolis (SC) e Paraty (RJ), no campo da Gastronomia; Brasília (DF) e Curitiba (PR), no do Design; João Pessoa (PB), em Artesanato e Artes folclóricas; Salvador (BA), na Música; e Santos (SP), no Cinema.

Para a coordenadora de Meio Ambiente, Cultura e Economia Criativa do Ministério do Turismo, Nicole Facuri, o aproveitamento dos setores da economia criativa como ativos para agregar valor e desenvolver novos produtos e destinos turísticos são de grande importância para a diversificação da oferta turística nacional, sobretudo no Brasil, que tem a criatividade como diferencial.

SOBRE AS CANDIDATURAS

Aspirante ao título de Design, Fortaleza é considerada a 4ª capital do país em número de estabelecimentos do segmento, depois de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Além disso, Fortaleza ocupa hoje a terceira posição entre as capitais brasileiras em número de empregos formais no setor de Design, com uma taxa de 273,9 projetistas por um milhão de habitantes, 80% superior à média brasileira. Tudo teve início com o ciclo da plantação de algodão no Ceará, a partir do século XVIII, quando o processo de industrialização de Fortaleza se consolidou com a criação de um parque industrial têxtil e uma área de produção de moda.

Com uma arte culinária singular e que remete a uma tradição de décadas, Belo Horizonte vem se consolidando cada vez mais como um ativo imprescindível para o turismo gastronômico no país. Hoje, a gastronomia responde por quase 40% dos empregos na economia criativa de Belo Horizonte, com mais de 21 mil pessoas formalmente empregadas. Segundo a Abrasel-MG, o setor movimenta 4,5 bilhões de reais por ano, considerando as suas 45.662 empresas do setor de alimentos, das quais 18.699 são bares e restaurantes, distribuídos em mais de 10 polos gastronômicos.

Ao se candidatar ao título de Rede de Cidade Criativa da Música, Aracaju pretende estabelecer uma poderosa indústria criativa com investimentos nacionais e internacionais, uma vida cultural participativa incluindo os mais vulneráveis e um desenvolvimento urbano onde a música é um fator estratégico de desenvolvimento sustentável. Do ritmo tradicional de forró, a cidade hoje se reinventa em misturas de rock e jazz, além de ritmos contemporâneos nos mercados nacionais e internacionais. Principal ativo da economia criativa de Aracaju, a cena musical é efervescente com projetos independentes, privados e públicos, além de meio de subsistência para músicos, técnicos e produtores. Quase 250 grupos e artistas ocupam 36 teatros e cinco festivais.

Já no quesito Cinema, a cidade mineira Cataguases é quem encabeça a candidatura do Brasil à rede da Unesco. Com um polo audiovisual em ascensão desde 2002, a região se destaca no cenário cultural nacional, sendo reconhecida como um modelo produtivo arranjo regional e como um grande centro de produção cinematográfica no país. A criação de uma escola-estúdio para qualificação profissional de alto nível em design audiovisual e transmídia, com foco no setor de animação, é um dos projetos a serem desenvolvidos, após o título da cidade na Rede de Cidades Criativas. O principal evento na cidade é o Festival Ver e Fazer Filmes, que já teve a participação de jovens estudantes de Portugal, Moçambique, Cabo Verde e Angola.

COMO FAZER PARTE

Para integrar a rede, a cidade deve preparar um plano de desenvolvimento no campo criativo em que a região se candidatou. O processo de seleção é feito por dois comitês: um técnico, com representação em cada categoria, designado pela Unesco; e um comitê de representantes das cidades já integrantes da Rede, em cada categoria. Ao conquistar o título, a cidade tem a oportunidade de integrar uma rede internacional de cooperação que envolve outros setores criativos, além de participar de projetos estratégicos em âmbito internacional e fomentar a indústria criativa local de forma sustentável e inclusiva.

Fonte: Ministério do Turismo

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