São Paulo, 30 de abril de 2020 - Sem
resorts, hotéis, parques e atrações turísticas, será que existirá turismo no
país? O que acontecerá com tantas pessoas e destinos inteiramente dependentes
desta atividade? Sem produtos e serviços do turismo, como se dará a retomada
das companhias aéreas, o que será das locadoras de automóveis, e dos
congressos, feiras e eventos?
É possível
trazer muitas provocações a respeito das consequências da não sobrevivência do
setor. Mas, talvez, a mais importante indagação em um país continental e diversificado
como o Brasil é: qual seria o setor econômico substituto do turismo capaz de
gerar o efeito multiplicador e descentralizado para a economia?
O Governo
Federal trouxe soluções importantes para uma fase de contenção dos efeitos
negativos da pandemia e vários setores produtivos foram contemplados por meio
da MP 936. No entanto sabemos que há setores que, mesmo impactados, ainda
continuam produzindo. Esse não é o caso
do turismo.
Essa indústria
foi a primeira e será a última a retomar sua normalidade. No Brasil, até o
momento, já computamos R$ 14 bilhões de
prejuízos no setor de Turismo desde o início da crise, 295 mil demissões, impactando 571
atividades econômicas dependentes do segmento de viagens. O efeito dominó
diante da paralisação da atividade turística de lazer e de negócios pode levar
à falência não apenas de empresas, mas também de inúmeros municípios espalhados
pelas cinco regiões do país que tem suas atividades diretamente ligadas ao
setor.
Medidas
transversais foram cruciais, mas não serão suficientes! É o momento de o
Governo Federal dar prioridade para o turismo, onde o motor da atividade:
resorts, hotéis e parques, necessitam de um auxílio adicional para
sobreviverem. Já estão na UTI! Precisam de “respiradores” e um remédio de uso
contínuo por 03 anos para conseguir sua alta, ou seja, recuperação completa.
A solução para
passar da etapa de sobrevivência e chegar ao momento da recuperação depende
principalmente de três movimentos que devem acontecer paralelamente: o primeiro
é a prorrogação da suspensão do contrato de trabalho (MP 936) para o turismo,
cuja retomada é mais lenta); o segundo é a liberação imediata de crédito para
pequenas, médias e grandes empresas do setor e, por fim, mas não menos
importante, criar estímulos fiscais para encurtar ao máximo a etapa de
recuperação deste importante setor, grande gerador de empregos e indutor de
forte impacto socioeconômico.
Mais do que
salvar 8,1 % do PIB Nacional é vital salvar toda a cadeia de empregos, diretos,
indiretos, formais e informais, que atuam em todo setor do turismo do nosso
país, do Oiapoque ao Chuí!
OBS.
A carta é assinada por dirigentes de oito entidades ligadas ao setor de turismo.
https://oscearenses.com/turismo-ac-e-dc/
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