A atividade
turística nem sempre se nivela a outras atividades economicamente mais
produtivas. Para vencer este obstáculo e colocar o turismo no seu devido lugar,
a presidente da Câmara Setorial de Turismo e Eventos (CSTE), Anya Ribeiro, está
buscando integração com outros setores produtivos e promovendo a
descentralização das atividades
turísticas representadas na CSTE, no Estado.
A CSTE faz parte
da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (ADECE), órgão de execução da
política econômica do governo, que atua envolvendo
vários setores, identificando entraves e oportunidades para o desenvolvimento
das respectivas cadeias produtivas. Além da parceria com outras Câmaras Setoriais,
a CSTE articula junto à instituições
membros, ações nos eixos da Educação, Meio Ambiente, Crédito e Dados Econômicos
para vencer os gargalos existentes no
setor e avançar na economia do turismo.
Anya Ribeiro observa
que é grande a necessidade de crédito para o setor e vê esta oportunidade na utilização
dos recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), operado
pelo Banco do Nordeste (em 2019 disponibilizou R$ 85 milhões para o turismo e
só foram contratados R$ 25 milhões). A presidente da CSTE reconhece que a
burocracia e exigências de garantias para a utilização das linhas de créditos
não se adequam às pequenas empresas, a imensa maioria dos negócios do turismo. Com
o intenso trabalho e a participação da CSTE no planejamento do FNE o setor foi
muito bem acolhido pela superintendência do banco, que definiu para o turismo, em 2021, o total de R$129
milhões, o segundo maior valor dentre os estados do Nordeste.
Segundo Anya
Ribeiro, falta reconhecimento da importância estratégica do setor do turismo
para mudar o desequilíbrio econômico e social das regiões interiores do Ceará, bem
como clareza na classificação nacional das atividades turísticas, CNAES (Código
Nacional de Atividades Econômicas), sendo essas apropriadas na maioria para o setor de
comércio e serviços. Há ainda carência de dados e grande parcela de informalidade
no setor, tanto na capital quanto no interior. “O dinheiro roda, mas, não é
computado para o turismo”, o que faz com que outros setores tenham mais peso.
O
QUE É O FNE
O Fundo
Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) é um instrumento de política
pública federal, operado pelo Banco do Nordeste, que objetiva contribuir para o
desenvolvimento econômico e social da região. Provido de recursos federais, o
FNE financia investimentos de longo prazo e, complementarmente, capital de giro
ou custeio. São contemplados com financiamentos os setores agropecuário,
industrial, agroindustrial, turismo, comércio, serviços, cultural
e infraestrutura.
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