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André Pavan e Circe Jane no estúdio de transmissão do fórum |
O Fórum do Artesanato e Cultura teve
sua programação concluída na manhã de hoje, de forma virtual, abordando o tema “Políticas
e Projetos de Fomento à Cultura do Artesanato”. Com entusiasmo pela atividade
que tão bem representa o Ceará, a mediadora Circe Jane Teles da Ponte,
presidente do Sindieventos, fez a apresentação do grupo participante do painel
de hoje.
Estiveram presentes Socorro
França, titular da Secretaria de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres
e Direitos Humanos (SPS); Juniar Ellyan, técnica do Sebrae/CE; Ethel
Whitehurst, consultora e empreendedora social; e Gilmar Mucambo, empreendedor
social. Cada participante falou da sua experiência e dos esforços feitos pelos
governantes e associações para valorizar o artesanato e orientar o artesão em
suas necessidades básicas.
A secretária Socorro França
começou sua palestra afirmando que “viver o artesanato cearense nos encanta”.
Ela destacou a colaboração do Governo do Estado, que compra os produtos e paga,
desenvolve políticas públicas, oferece cursos de capacitação e inovação, além
de uma identificação profissional com a carteira do artesão cearense. Outra
iniciativa do governo é a Casa do Artesão, ponto de apoio para os profissionais
que se deslocam do interior.
Socorro França fez o convite para uma visita à Central de
Artesanato do Ceará (Ceart), que passa por reforma para revitalização da praça
e instalação de um Centro de Artesanato. Na busca de uma imagem legal para o
artesanato cearense, o ambiente conta com o batalhão do turista para oferecer
segurança. A expositora mencionou os pontos de produção da Prainha e do Iguape
e disse que não conseguiram continuar com a loja da Ceart no Aeroporto de
Fortaleza. No final da sua apresentação, Socorro França saudou as artesãs mencionando o nome de cada uma por categoria profissional.
Juniar Ellyan representou o Sebrae, que se destaca por sua atuação no
artesanato em todas as ações voltadas para o empreendedorismo, com parcerias
dos governos federal, estadual, prefeituras e associações. O objetivo é
estimular o artesão para que ele veja o artesanato como negócio. Há um trabalho
de identificação de grupos organizados, que são avaliados e os que se destacam
são premiados. O Sebrae também incentiva a participação em feiras, para que os
artesãos descubram as novidades do mercado.
Como desafios no momento, Juniar
citou a transformação digital, como desenvolver postura de empreendedor e como
ter acesso ao mercado e ao crédito. Outra ação citada por Juniar é o Centro
Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (Crab), instalado na Praça
Tiradentes, no Rio de Janeiro. O Crab é uma plataforma mercadológica que
influencia o reposicionamento do artesanato brasileiro.
A consultora Ethel Whitehurst começou sua exposição elogiando o Sebrae, que tem
um olhar da comercialização, o que não existia há 30 anos. Ethel veio do Rio de
Janeiro há 50 anos, atraída pelo artesanato cearense, que era comercializado
por sua mãe no mercado carioca. Como sua mãe, sua marca é a qualidade e ela foi
crescendo, abriu uma empresa e foi aprendendo a partir das exigências dos
clientes.
A história de Ethel passa pelo
voluntariado com participação no Grupo Mulheres do Brasil. Como consultora, ela
desenvolve a prática do artesanato no sistema penal e sente satisfação por
estimular as pessoas na prática do artesanato, para galgarem uma fonte de renda
quando saírem da prisão. No seu projeto, homens fazem renda sem nenhum
preconceito.
Ethel é grata pelo resultado de
transformar presidiários em artesãos e cita o apoio do governo do Estado, da
Ceart e da secretária Socorro França. Num retorno ao passado, Ethel lembrou da
então primeira dama Luíza Távora, que plantou esta semente, que até hoje
germina no crescimento do artesanato e na ação das demais primeiras damas, e
disse que se preocupa com a vida de cada artesão.
O sentimento de amor de Ethel ao
artesanato e ao artesão sensibilizou a mediadora Circe Jane ao afirmar que “seu
entusiasmo nos inspira muito”. Com isto, Circe disse que nos falta um amor
especial pela arte, e citou a participação do artesão João Neto, do Eusébio, que
colaborou na decoração do estúdio de transmissão do Fórum do Artesanato e
Cultura, com peças do artesanato cearense.
A última participação foi de Gilmar Mucambo, empreendedor social,
que nasceu e cresceu vendo seus pais trabalharem com tecelagem na localidade de
Carqueijo, distrito de Mucambo, região Norte do Ceará. Gilmar passou por
dificuldade, sem qualificação e sem comercialização, mas escolheu o artesanato
como opção de sobrevivência. O Sebrae surgiu em 1997, com Ethel e a primeira
dama Renata Jereissati e as coisas começaram a mudar. Gilmar valorizou e deu
continuidade à atividade dos seus pais e hoje é um incentivador do artesanato,
uma prova de que as ações em favor desta atividade estão chegando na “ponta” e
descobrindo os talentos do interior. Gilmar sugere que cada um olhe para dentro
de si e descubra seu espírito empreendedor. Ele teve inspiração numa palma de
bananeira no fundo do quintal.
FENACCE 2020
O Fórum do Artesanato e Cultura
foi uma promoção do Sindieventos, com realização da A&M, representada no
final pelo seu diretor André Pavan, que agradeceu os patrocinadores e as
participantes dos painéis nos dois dias de realização do evento. O Fórum do
Artesanato fortalece e antecede a 2ª Feira Nacional de Artesanato e Cultura (Fenacce), que
acontecerá de 4 a 13 de dezembro.
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