O assunto é antigo, mas continua na pauta para novas ações. Desde 2011, Estados do Nordeste disputam área com reservas minerais, hídricas, com potencial minerador e de produção de energia eólica
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Áreas em disputa possuem alto potencial econômico Foto: Reprodução Tatiana Forte/ Divulgação Governo do Ceará |
A pedido da ministra relatora, o Exército está
fazendo uma nova perícia técnica para dizer qual unidade da federação, de fato,
é a dona do território. A perícia é dividida em quatro fases:
planejamento; imagem e coleta de dados; análise de dados históricos; e geração
de produtos periciais. Os peritos estiveram em setembro e outubro na área
disputada e foram acompanhados por representantes do Ceará e do Piauí. A
previsão é que o trabalho seja concluído até maio de 2024.
O advogado especialista em Tribunais Superiores, Vitor Covolato, explica em que etapa o Supremo está em relação a esse recurso.
“Este momento que estamos agora é a fase que chamamos de instrutória, quando se faz a prova do processo. O Exército vai funcionar como perito. Vai fazer os levantamentos geográficos, georreferenciados, para dizer - do ponto de vista técnico - quem tem a titularidade desse território. E depois isso vai para julgamento no Supremo”.
HISTÓRICO DA DISPUTA
A disputa tem origem na interpretação do Decreto Imperial 3.012, de 1880, que determinou a troca de territórios entre os dois estados. Enquanto o Ceará recebeu a Comarca de Príncipe Imperial - que corresponde aos atuais municípios Crateús e Independência, ambos no Ceará -, o Piauí recebeu em troca a região da Freguesia de Amarração - hoje municípios Luís Correia e Cajueiro da Praia, no Piauí.
Entre a área que o Ceará cedeu, ao norte, no litoral, e a que foi recebida, mais ao sul, no sertão, existe a Serra da Ibiapaba, que é a divisa natural entre os dois estados - e o foco da divergência.
O Piauí entende que parte da Serra da Ibiapaba pertenceria ao estado. Já o Ceará contesta. Mas segundo a análise dos documentos, a Serra da Ibiapaba não teria relação com essa divisão - e por isso permaneceu inteiramente no território cearense.
Fonte: Brasil 61
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