O charme da arquitetura do pequeno castelo integrado à Cidade da Criança |
O sol beija o Lago do Amor com seus raios amarelados e anuncia o amanhecer de um novo dia. Pequenos pássaros cantam sobre árvores centenárias, gatos despertam sem esperança, pombos voam em busca de alimento e patos servem de companhia a uma garça solitária. Nos bancos, alguns sobreviventes de uma noite mal dormida.
Este é o cenário da Cidade da Criança, parque situado no centro da cidade, desconhecido dos turistas que nos visitam e de muitos fortalezenses. O lugar guarda uma beleza sem vida com uma paisagem marcada pelo descaso. Jardins de pequenas palmeiras estão invadidos de formigueiros, o lago virou depósito de lixo, a calçada está com o piso danificado em vários pontos e a segurança inexiste.
Imagem como esta, de formigueiro, não combina com o parque |
As pessoas usam o espaço apenas como atalho para ir de um lado para o outro e nem percebem que estão atravessando um lugar bonito, que poderia ser melhor utilizado. Até mesmo os paineis que contam um pouco da história do parque estão totalmente desbotados e invisíveis para leitura. Algumas pessoas desfrutam do lugar para caminhadas, uma boa pedida. Do lado de fora, a Praça do Coração de Jesus com um dos maiores templos de Fortaleza, também abalado pela insegurança.
A Cidade da Criança já viveu dias de glória como palco de grandes festas sociais e políticas. Hoje, fora da agenda municipal, é lembrada apenas nos festejos natalinos, mesmo sem uma preparação adequada para o evento.
O lago tem no centro a Ilha do Amor, o lado romântico do parque |
A denominação de Parque da Liberdade foi até 1922, quando, em homenagem ao centenário da independência do Brasil, o logradouro passou a chamar-se Parque da Independência. Este nome permaneceu até 1936, quando o parque foi reformado e recebeu o nome de Cidade da Criança. Neste mesmo ano, o prefeito Raimundo Araripe criou uma escola municipal de educação infantil com o nome de Alba Frota, bastante disputada pelas famílias.
Como marco da mudança do nome, o parque ganhou uma estátua de duas crianças (um menino e uma menina) fundida em bronze, em Milão, na Itália. São referências do parque, o índio que ornamenta o portão de entrada, e a ilha do amor com a estátua do cupido (Deus do Amor), instalada no meio do lago. Nos arredores, realçam os castelinhos ocupados pela Secretaria Municipal de Cidadania e Direitos Humanos, órgão da Prefeitura de Fortaleza.
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