Verônica Patrício e Márcia Pinheiro comentam a retração do mercado |
Agentes de viagens de São Paulo admitem
que a economia vive um ano difícil, mas tem um setor que não se queixa: o de
turismo. Impulsionadas por uma série de promoções das companhias aéreas, as
agências de viagens já comemoram o primeiro semestre. Segundo o presidente da
Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav-SP), Francisco Leme, “alguns
associados esperam crescimento de 12% até dezembro”.
A operadora de turismo CVC, por exemplo, fechou o primeiro trimestre de 2015 com aumento de 11% das vendas e com 15% mais embarques do que no mesmo período do ano passado. A empresa também teve recorde de vendas no mês de janeiro e está com vários fretamentos de voos para o Nordeste neste mês de julho.
A operadora de turismo CVC, por exemplo, fechou o primeiro trimestre de 2015 com aumento de 11% das vendas e com 15% mais embarques do que no mesmo período do ano passado. A empresa também teve recorde de vendas no mês de janeiro e está com vários fretamentos de voos para o Nordeste neste mês de julho.
Lago Negro, uma das atrações turísticas de Gramado |
Segundo a CVC, é possível perceber que os
brasileiros não deixam de viajar nas férias, mesmo em cenários econômicos
difíceis. Para isso, adaptam a viagem ao bolso. Isso inclui diminuir os dias
fora de casa, voos em horários alternativos, fazer os passeios por conta
própria e outras estratégias.
As promoções das companhias aéreas nacionais e
internacionais contribuíram para os resultados positivos deste semestre. O
calendário de 2015 também ajudou. Há mais feriadões este ano do que em 2014, o
que incentiva muitos turistas a fazerem viagens curtas, muitas vezes dentro do
Brasil ou para países vizinhos, como Uruguai, Argentina e Chile.
Outra realidade
Enquanto o sudeste comemora o crescimento do setor,
no Ceará, a retração é uma realidade. Quem se queixa é a presidente da Abav-CE,
Verônica Patrício. Segundo ela, as agências estão se adaptando e criando novos
nichos de mercado, como grupos de terceira idade e formandos de colégios e
universidades, que, muitas vezes, trocam a festa de término de curso por uma
viagem.
Verônica reconhece que as companhias aéreas internacionais
estão com ofertas tentadoras, mas o cliente está mudando os hábitos com redução
das viagens para os Estados Unidos, menor tempo de permanência e comprando
menos. Quem comprava ingresso para todos os parques da Disney, agora compra só
para dois ou três dias. Mesmo com os preços atraentes – menos de R$ 1.000,00
ida e volta para Miami -, as companhias aéreas estão com baixa demanda.
Cataratas do Iguaçu, nova atração para o mercado nacional |
O mercado corporativo também apresenta retração. “Executivos
que ficavam dois dias numa cidade, agora ficam só um dia”, diz Verônica,
acrescentando que alguns associados da Abav-CE dizem nunca ter passado por uma
crise desta em anos anteriores.
Márcia Pinheiro, diretora da M3 Turismo, sabia que
o ano seria ruim, “mas está péssimo”. O melhor mês do semestre foi fevereiro.
Márcia também confirma a retração de viagens para os Estados Unidos e diz que
as pessoas que viajam duas vezes por ano, agora fazem apenas uma viagem. Muitos
estão preferindo a Europa, pois apesar da paridade da moeda, não tem a tentação
das compras.
No mercado nacional, a maior procura é pela Serra
Gaúcha, um destino caro, segundo Márcia, acrescentando que Foz do Iguaçu está
conquistando a preferência dos viajantes. No internacional, com a entrada de
novas companhias aéreas, há uma procura, embora reduzida, por destinos exóticos
como Turquia, Vietnam e Dubai.
Os últimos números da Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac) confirmam que mais brasileiros estão viajando. Entre janeiro e
maio, foram transportados em voos domésticos e internacionais 42,9 milhões de
passageiros: alta de 4,55% em relação ao mesmo período de 2014.
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