quarta-feira, 23 de março de 2016

Seminário discute mobilidade urbana em Fortaleza

Organizadores, palestrantes e debatedores do seminário FOTOS: Edgony Bezerra
O tema abordou os problemas da cidade para o turismo e os grandes eventos

Fortaleza passa por grandes transformações, o que vem gerando impacto nas ações para o desenvolvimento do turismo. São muitos os problemas advindos da falta de planejamento e do uso adequado dos espaços públicos. Há um esforço concentrado da iniciativa privada e dos governos estadual e municipal para atrair turistas de lazer e de negócios.

E são muitos os que estão atendendo a estes apelos e desembarcando na capital cearense. O resultado alcançado contrasta com a forma inadequada de bem-receber. O que fazer diante dos obstáculos vivenciados pelos representantes do setor?

Mesa dos trabalhos no primeiro painel
Para responder esta e outras perguntas, a Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado do Ceará (Adece), através da Câmara Setorial de Eventos (CS Eventos), realizou o Seminário Mobilidade Urbana, Turismo e Grandes Eventos, na manhã de hoje (23), no auditório do Sebrae/CE, com destacada presença de público – empresários, estudantes, jornalistas e outros.

As ações foram coordenadas pelas presidentes da CS Eventos, Enid Câmara, e do Sindieventos, Circe Jane Teles da Ponte, e divididas em dois painéis: Mobilidade urbana e turismo e Mobilidade urbana e os grandes eventos. Para abordar os temas, participaram representantes dos guias de turismo, da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), do Corpo de Bombeiros, do Batalhão de Policiamento Turístico do Ceará (PBTur), da Secretaria de Turismo de Fortaleza (Setfor) e do Sebrae/CE.

O presidente do Sindicato Estadual dos Guias de Turismo do Ceará (Sindegtur), Flávio Alvarenga, abriu o temário com uma abordagem de quem vivencia os maiores problemas para receber os turistas em Fortaleza. As dificuldades começam no Aeroporto Internacional Pinto Martins, onde os ônibus de turismo não podem parar para embarque e desembarque dos passageiros. Enquanto o guia cumpre sua missão de receber os visitantes, os agentes da AMC estão apostos para multar.

O público lotou o auditório do Sebrae/CE
A dificuldade do guia não termina no aeroporto. Na chegada aos hotéis, a maioria na Avenida Beira-Mar, os problemas se avolumam e são compartilhados com ciclistas, corredores e usuários de veículos particulares. Não há espaço para todos, e o turista é o mais prejudicado. Avenida Beira-Mar e Praia de Iracema são alvos de grandes eventos, que também criam dificuldade ao tráfego com o fechamento de ruas.

Os problemas mencionados por Flávio Alvarenga foram repetidos pelo coordenador de destinos da Ernanitur (empresa de receptivo que movimenta 60% dos turistas que chegam a Fortaleza), José Pedro Carvalho Júnior, e por Edilene Gomes de Albuquerque, diretora da AGE Turismo, que considera as dificuldades ainda maiores para os pequenos empresários. Além da AMC, Edilene citou a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), que vem causando constrangimento a motoristas e turistas. A empresa fiscaliza transporte clandestino e julga todos por um.

Os temas despertaram o interesse do público
AMC

Detentora da maioria das reclamações, a AMC, representada pelo superintendente Arcelino Lima, prometeu estudar algumas providências, como definir área para estacionamento de ônibus na frente de alguns hotéis. Os problemas do aeroporto, segundo Arcelino, não dependem da AMC. “Não podemos flexibilizar a lei. Será cumprido o que determina a sinalização”.  Algumas questões de ordem funcional deverão ser discutidas com a Infraero. Como boa notícia, ele informou que os ônibus de turismo podem usar as faixas exclusivas.

O tema abriu espaço para os integrantes da Prefeitura – AMC e Setfor – apresentarem algumas ações relativas aos binários e ciclovias, que, segundo eles, estão em crescimento e com boa aceitação dos usuários. O superintendente do Sebrae/CE. Joaquim Cartaxo, voltou no tempo e mostrou imagens da Fortaleza antiga, com algumas áreas tumultuadas pelo fluxo da época, como a Praça do Ferreira com os transportes utilizados na segunda metade do século XX. Cartaxo falou dos eventos geradores de fluxos, como as romarias, lembrou que hoje Fortaleza tem um milhão de veículos, que ocupam 40% da área urbana com estacionamento.

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