Organizadores, palestrantes e debatedores do seminário FOTOS: Edgony Bezerra |
O tema abordou os
problemas da cidade para o turismo e os grandes eventos
Fortaleza passa por grandes transformações, o que vem gerando impacto nas ações para o desenvolvimento do
turismo. São muitos os problemas advindos da falta de planejamento e do uso
adequado dos espaços públicos. Há um esforço concentrado da iniciativa privada
e dos governos estadual e municipal para atrair turistas de lazer e de
negócios.
E são muitos os que estão
atendendo a estes apelos e desembarcando na capital cearense. O resultado
alcançado contrasta com a forma inadequada de bem-receber. O que fazer diante
dos obstáculos vivenciados pelos representantes do setor?
Mesa dos trabalhos no primeiro painel |
Para responder esta e outras
perguntas, a Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado do Ceará (Adece),
através da Câmara Setorial de Eventos (CS Eventos), realizou o Seminário
Mobilidade Urbana, Turismo e Grandes Eventos, na manhã de hoje (23), no
auditório do Sebrae/CE, com destacada presença de público – empresários,
estudantes, jornalistas e outros.
As ações foram coordenadas pelas
presidentes da CS Eventos, Enid Câmara, e do Sindieventos, Circe Jane Teles da
Ponte, e divididas em dois painéis: Mobilidade urbana e turismo e Mobilidade urbana
e os grandes eventos. Para abordar os temas, participaram representantes dos
guias de turismo, da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), do
Corpo de Bombeiros, do Batalhão de Policiamento Turístico do Ceará (PBTur), da
Secretaria de Turismo de Fortaleza (Setfor) e do Sebrae/CE.
O presidente do Sindicato
Estadual dos Guias de Turismo do Ceará (Sindegtur), Flávio Alvarenga, abriu o
temário com uma abordagem de quem vivencia os maiores problemas para
receber os turistas em Fortaleza. As dificuldades começam no Aeroporto
Internacional Pinto Martins, onde os ônibus de turismo não podem parar para
embarque e desembarque dos passageiros. Enquanto o guia cumpre sua missão de
receber os visitantes, os agentes da AMC estão apostos para multar.
O público lotou o auditório do Sebrae/CE |
A dificuldade do guia não termina
no aeroporto. Na chegada aos hotéis, a maioria na Avenida Beira-Mar, os
problemas se avolumam e são compartilhados com ciclistas, corredores e usuários
de veículos particulares. Não há espaço para todos, e o turista é o mais
prejudicado. Avenida Beira-Mar e Praia de Iracema são alvos de grandes eventos,
que também criam dificuldade ao tráfego com o fechamento de ruas.
Os problemas mencionados por
Flávio Alvarenga foram repetidos pelo coordenador de destinos da Ernanitur (empresa
de receptivo que movimenta 60% dos turistas que chegam a Fortaleza), José Pedro
Carvalho Júnior, e por Edilene Gomes de Albuquerque, diretora da AGE Turismo,
que considera as dificuldades ainda maiores para os pequenos empresários. Além
da AMC, Edilene citou a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), que
vem causando constrangimento a motoristas e turistas. A empresa fiscaliza
transporte clandestino e julga todos por um.
Os temas despertaram o interesse do público |
AMC
Detentora da maioria das
reclamações, a AMC, representada pelo superintendente Arcelino Lima, prometeu
estudar algumas providências, como definir área para estacionamento de ônibus
na frente de alguns hotéis. Os problemas do aeroporto, segundo Arcelino, não
dependem da AMC. “Não podemos flexibilizar a lei. Será cumprido o que determina
a sinalização”. Algumas questões de
ordem funcional deverão ser discutidas com a Infraero. Como boa notícia, ele informou que os ônibus de turismo podem usar as faixas exclusivas.
O tema abriu espaço para os
integrantes da Prefeitura – AMC e Setfor – apresentarem algumas ações relativas
aos binários e ciclovias, que, segundo eles, estão em crescimento e com boa
aceitação dos usuários. O superintendente do Sebrae/CE. Joaquim Cartaxo, voltou
no tempo e mostrou imagens da Fortaleza antiga, com algumas áreas tumultuadas
pelo fluxo da época, como a Praça do Ferreira com os transportes utilizados na
segunda metade do século XX. Cartaxo falou dos eventos geradores de fluxos,
como as romarias, lembrou que hoje Fortaleza tem um milhão de veículos, que
ocupam 40% da área urbana com estacionamento.
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