O
presidente Vinicius Lummertz destaca que há cinco décadas a Embratur conecta o
mundo ao Brasil e aos brasileiros, trazendo desenvolvimento para todas as
regiões do País
A Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) está completando
50 anos e festeja o acontecimento com a realização do Fórum “O Futuro do Turismo Internacional – Perspectivas Brasil” e
Sessão Solene na Câmara dos Deputados, nos dias 16 e 17 de novembro,
respectivamente. Os eventos iniciam um calendário de ações previstas para o
próximo ano, que buscam lançar um novo olhar sobre o papel do turismo e da
Embratur para o País, alcançando os diferentes públicos de interesse do
Instituto.
O tema do fórum é oportuno para discutir o turismo no momento
atual, de descrença e insatisfação para o setor. Em recente visita ao Ceará, o
diretor de Produtos Nacionais da Operadora CVC, Claiton Armelin, deixou os
hoteleiros apreensivos ao informar o baixíssimo índice de vendas para o Ceará
na temporada de janeiro. Fortaleza passou da segunda para a quarta colocação no
período.
Eliseu Barros, presidente da ABIH-CE |
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do
Ceará (ABIH-CE), Eliseu Barros, disse que o momento é de apreensão, pois para manter
a taxa de ocupação, o setor concedeu desconto de até 20% no preço das diárias
em relação ao ano passado, bem como intensificou as ações promocionais nos
principais polos emissores para atrair turistas e assegurar o nível de emprego.
“Precisamos unir forças, iniciativa pública e privada, para revertermos tal
situação e evitarmos mais prejuízo para a hotelaria”, disse Eliseu.
BAHIA
Na Bahia não é diferente. O fundador e presidente do Conselho da
CVC, Guilherme Paulus, esteve em Salvador para receber uma homenagem da
Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia (ABIH-BA) pelo Dia do
Hoteleiro. Na ocasião, Paulus criticou a forma com a qual o governo do Estado
da Bahia tem conduzido o turismo local.
Guilherme Paulus, presidente do Conselho da CVC |
Segundo o executivo, “a Bahia é o único Estado brasileiro que
tem 10 destinos fortes, mas o governo acabou com o turismo. A prefeitura vem
trabalhando, mas o governo do Estado, não. Temos que ter coragem para falar a
verdade”, disse Paulus, para uma plateia formada por autoridades, políticos e
empresários do turismo da região.
Paulus foi mais além o criticou a situação do Centro de
Convenções de Salvador, que estava fechado para obras emergenciais e desabou. “Pagamos
impostos e este dinheiro tem que retornar em melhorias para o setor. “Caso
contrário, vamos morrer como está morrendo vagarosamente o destino”. E Paulus
alertou: “governo não quebra, mas empresário sim” e pediu que os empresários
protestassem na porta do governo. “Se outros fazem isso, por que nós não?”
REVISTA SUPERINTERESSANTE
Para
completar o clima que se abate sobre o turismo, uma publicação da revista
Superinteressante mostra uma realidade chocante: relatório do World Travel
& Tourism Council (WTTC) de 2016 informa que o turismo cresce mais do que a
economia global há cinco anos consecutivos, principalmente nos países em
desenvolvimento. “Mas o Brasil não está nesse bonde; estamos na casa dos 5
milhões de turistas internacionais desde 1998. Ou seja, se a nossa economia
vive uma recessão nos últimos dois anos, o turismo já está assim há 18 anos”.
A
revista alerta para outras situações, como a imagem do Brasil no exterior,
manchada pelo noticiário negativo: “em vez de praias, cachoeiras ou cidades
históricas, o que mais se vê
lá fora sobre nós tem a ver com violência, crise econômica e desastres como o de Mariana.
No Foreign Travel Advice (“conselhos
para viagens ao exterior”), uma ferramenta online do governo britânico que
analisa cada país em relação
à segurança, o Brasil
aparece com ‘alto nível de criminalidade’, com menção a
arrastões, assaltos com arma de fogo e roubos em caixas
eletrônicos”. São citadas também manifestações políticas violentas e risco de zika.
Vista chinesa, um dos pontos mais visitados no Parque Nacional da Tijuca |
A retração dos
cruzeiros marítimos também foi apresentada. “Em 2010, chegamos a ter 20 navios viajando pela costa
brasileira. O número caiu pela metade em 2015
e, para a temporada de 2016, que começa em novembro,
míseros seis navios estão confirmados até o momento. Isso porque quase todos os
processos que envolvem a realização de um cruzeiro são caros e complicados,
desde a aprovação da construção de um porto à contratação do prático (“manobrista de navio”), aquela que talvez seja a
profissão mais inflacionada do Brasil, com ganhos que chegam a R$ 300 mil por
mês).
Nenhum comentário:
Postar um comentário