sábado, 14 de janeiro de 2017

Verão abre alta temporada de turismo estrangeiro no Brasil

Estimativa da Embratur prevê mais de 2,4 milhões de visitantes do exterior 
até o final da estação

O Rio de Janeiro continua liderando a preferência do turista
O Brasil atrai admiradores do mundo todo durante o ano, mas é no verão que mais pessoas se rendem as belezas naturais e ao caloroso charme do país, fazendo da estação a época mais aguardada pelo setor de turismo, desde as grandes companhias até os pequenos comércios regionais, especialmente os que se encontram à beira-mar. Para os próximos meses, o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) espera um aumento de cerca de 11% no número de estrangeiros que visitam o Brasil em relação ao verão passado.

Diante das previsões positivas, diversos setores se preparam para atender a demanda turística, tanto estrangeira quanto nacional. Dados divulgados pelo Ministério do Turismo (MTur) apontam que até outubro de 2016 os gastos de turistas estrangeiros no Brasil acumularam o valor de mais de 5 bilhões de dólares – 6,57% a mais em comparação com o mesmo período de 2015. A expectativa é que o saldo da receita se mantenha positivo neste ano. Estima-se que entre dezembro de 2016 e fevereiro de 2017 os gastos acumulem um total de mais de 6,5 milhões de reais.

Copacabana se destaca pelo famoso calçadão
Em vista disso, o setor aéreo, um dos segmentos mais afetados pelo encolhimento do mercado, se mantém otimista e reforça sua malha para atender a alta demanda impulsionada pelas férias, visando recuperar os baixos rendimentos obtidos em 2016. Outros setores apostam na alta temporada, especialmente o comércio. Com a desvalorização do real diante da crise econômica e da instabilidade do dólar, o mercado brasileiro se torna um atrativo a mais para os que vêm de fora.

PRINCIPAIS DESTINOS NACIONAIS – O litoral é sem dúvidas o destino mais atraente do Brasil. Estudo do MTur revela que na escolha dos estrangeiros o Rio de Janeiro (RJ) e Florianópolis (SC) lideram a preferência entre os lugares mais cobiçados pelos visitantes que, na maioria, vêm de países como Argentina, Estados Unidos e Chile. A capital carioca, que está em primeiro lugar no ranking,  mas Florianópolis também domina a preferência dos nossos vizinhos, especialmente dos argentinos.

ENTRAVES DO TURISMO NACIONAL O Brasil já é considerado um dos principais destinos de turistas do mundo todo. Várias praias nacionais figuram entre as melhores, e o país venceu recentemente a categoria de atrativos naturais em um estudo realizado pelo Instituto Internacional de Pesquisas e Inteligência de Mercado (Ipsos) sobre as principais qualidades da região, com líderes de opinião e jornalistas de 15 países latino-americanos. No entanto, apesar do cenário paradisíaco e das previsões otimistas, os números do segmento turístico não são muito expressivos quando comparado em escala global.

A temporada de verão espera aquecer o turismo
Além do corte em investimentos e a falta de propaganda no exterior, o especialista no setor de milhas aéreas, Francisco Lobo, aponta outros fatores que impedem que o país avance atualmente: “O Brasil concorre com países caribenhos por suas paisagens naturais, porém não tem condições de oferecer a mesma qualidade em infraestrutura e competitividade nos preços. Com a crise, por exemplo, vários voos foram suprimidos e isso se reflete no valor das passagens repassadas ao consumidor”.

Com relação a outros países como o Chile, por exemplo, os indicadores brasileiros ainda estão muito baixos. Para se ter uma ideia, os americanos estão entre os turistas que mais viajam pelo mundo, mas o Brasil ocupa apenas o 25º lugar no ranking dos destinos mais procurado por eles. Para o diretor da empresa Cash Milhas, essa posição se deve aos preços elevados da ponte aérea, que além da distância ser maior em relação aos países do Caribe, ainda são agravados pela crise e retração no setor.

CENÁRIO CONTURBADO O setor aéreo tem amargado os efeitos negativos da crise econômica que o país enfrenta atualmente e, até dezembro, já acumulava mais de um ano de retração, nos quais o número de passageiros em busca de voos domésticos e internacionais, nas companhias aéreas brasileiras, decrescia continuamente, o que, segundo Lobo, diminui a oferta de assentos e eleva as tarifas.

A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) prevê uma queda de 8% em comparação com o período anterior. Mas, apesar desse recuo, a alta temporada de verão e as previsões otimistas reforçam as expectativas das empresas brasileiras, que abriram novas rotas e voos extras para atender a demanda esperada durante a estação.

TURISMO DOMÉSTICO AQUECIDO As paisagens naturais são dignas de qualquer cartão postal e colocam algumas praias do litoral brasileiro entre as melhores do mundo. Apesar disso, o Brasil ainda está em 45ª posição no ranking de países que mais recebem visitantes estrangeiros, e não é apenas pela distância dos maiores emissores de turistas, mas também por falta de infraestrutura adequada e de investimentos no setor. Segundo especialistas, países distantes como a África do Sul tem um índice mais elevado que o Brasil.

Por isso, o segmento turístico brasileiro depende muito do turismo nacional que, diferente do comércio, tem conseguido manter a receita positiva mesmo diante dos percalços da economia do país. O fluxo de viagens nacionais pelos próprios brasileiros cresce e aquece o setor. O MTur prevê mais de 73 milhões de viagens internas nessa temporada, que promete movimentar cerca de R$ 100 bilhões na economia. 

Levantamento feito pelo MTur aponta que 80% dos brasileiros que irão viajar nesse verão não pretendem deixar o país. Afetados pela crise e a necessidade de economizar nessas férias, 8 em cada 10 pessoas optam por destinos nacionais ra aproveitar o calor intenso da estação sem apertar o orçamento. 
Fonte: Cash Milhas          

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