quarta-feira, 29 de março de 2017

Uma nova Fortaleza nos planos da Setfor

Nicolle Barbosa, Enid Câmara e Alexandre Pereira FOTOS: Ana Beatriz Sugette
Fortaleza Bela não saiu do vermelho. Agora, vivemos uma nova época com a promessa de uma capital ativa, animada culturalmente, limpa e segura. Não é conto de fada, é o Planejamento Estratégico do Turismo para Fortaleza na gestão da Secretaria de Turismo  do Município (Setfor), apresentado na manhã de hoje (29.3), pelo secretário de Turismo, Alexandre Pereira, na 47ª reunião ordinária da Câmara Setorial de Eventos (CS Eventos), presidida pela empresária Enid Câmara. A reunião contou com a presença da presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Nicolle Barbosa, que destacou a importância das câmaras setoriais e prometeu apoio às iniciativas.

A pauta foi atrativa. Além da Setfor, compareceram o pesquisador em Segurança Publica da Fundação Cearense de Amparo à Pesquisa (Funcap), Laércio Noronha, com o tema “A Segurança e as Políticas Públicas para o Turismo”; e o presidente da Associação dos Empreendedores da Beira-Mar (Abbmar) e do Fórum de Turismo do Ceará, Pedro Carlos da Fonseca, que apresentou “O Cenário das Barracas da Praia do Futuro”. Os temas despertaram interesse e a reunião foi bastante concorrida.

Público atento à apresentação do projeto pelo secretário Alexandre Pereira
Enid Câmara abriu os trabalhos apresentando imagens que marcaram o lançamento da EXPOLOG 2017 em Portugal, no dia 20 deste mês, em parceria com a Câmara Brasil Portugal do Ceará. Além de Lisboa, houve reuniões em outras cidades e Enid Câmara considera os resultados positivos para a internacionalização da EXPOLOG, que será realizada no próximo mês de novembro, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza.

O secretário Alexandre Pereira abriu os trabalhos mostrando as ações que serão realizadas nos principais pontos turísticos da Capital, definidas em seis eixos: Praia de Iracema, Praia do Futuro, Beira-Mar e Barra do Ceará, Promoção e Eventos, Relações Internacionais e Interinstitucionais e Capacitação. O plano, uma verdadeira revolução no setor, foi elaborado pela Setfor, com participação da iniciativa privada. Em todos os pontos a serem trabalhados, o planejamento inclui limpeza pública e reforço na segurança.

Alexandre mostrou uma inquietação litorânea, em 33 quilômetros de orla, da Praia do Futuro à Barra do Ceará. Na Praia de Iracema, as obras começam com a reforma do Estoril para abrigar a Setfor, o que deverá ocorrer em maio próximo. Depois desta ação, o prefeito Roberto Cláudio estará anunciando um pacote de incentivos a empresários que tenham interesse em investir no local. A idéia é ocupar os espaços para evitar depredação.

Com três pautas, a reunião da CS Eventos foi bastante concorrida
Ainda na Praia de Iracema estão previstas uma programação cultural aberta ao público, em parceria com a Secretaria da Cultura de Fortaleza (Secultfor), a internalização da fiação, por meio do Programa de Valorização e Ampliação da Infraestrutura e Atividade Turística de Fortaleza  (Provatur) e reforço no sistema de segurança com câmeras integradas com a Polícia Militar, Guarda Municipal e Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Ceará (ABIH-CE).

Para a Beira-Mar, o planejamento inclui a conclusão do projeto de requalificação da orla, prolongamento da urbanização do Riacho Maceió até a Rua Canuto de Aguiar, melhoria dos espaços de embarque e desembarque para os veículos de turismo, nos hotéis e pontos turísticos, sinalização de balneabilidade das praias, além de píer nos espigões, adequados às embarcações. Segundo Pereira, algumas obras já estão em andamento. Ele não falou de prazos nem de recursos e não lhe foi perguntado.

Com foco na capacitação, a Setfor pretende implantar o selo de qualidade para taxistas e estabelecimentos comerciais, oferecer cursos para taxistas, realizar campanhas voltadas para atender bem ao turista, parcerias com a Unifor, Sebrae, Sesc, Senai, ABIH e Abrasel e ainda habilitar os permissionários de todos os mercados públicos. “O Sebrae já realiza esse trabalho, em parceria com a Prefeitura, no Mercado São Sebastião. Em abril, iniciaremos no Mercado dos Peixes. Após passarmos por todos os equipamentos, lançaremos a 'Rota dos Mercados', promovendo, além desses, o Mercado Central, o dos Pinhões e a Avenida Monsenhor Tabosa”, destacou Pereira.https://ssl.gstatic.com/ui/v1/icons/mail/images/cleardot.gif

Ainda sobre projetos, o secretário falou da implantação de uma linha de ônibus saindo do aeroporto para os hotéis, da colocação de um Box para Informações Turísticas no aeroporto, de passeios turísticos na Barra do Ceará com paradas para contemplação do pôr do sol e arborização e implantação de uma Zona de Interesse para o Turismo (ZIT) na Praia do Futuro. A melhor notícia dada pelo secretário foi o fim da feira da Rua José Avelino, no dia 14 de maio, o que deixará a cidade aliviada de um problema crônico na via pública.  

SEGURANÇA

Laércio Noronha abordou o tema “A segurança e as políticas públicas para o turismo” a partir da fundação da cidade sobre a mira de canhões. Destacou Fortaleza como uma das cidades mais violentas do mundo e fez alguns comentários como o medo instalado nas pessoas, que estão mudando hábitos e roteiros, a legitimação do crime organizado, os roteiros que não são contemplados pelo governo, a falta de oportunidade para os pobres e a precariedade da segurança nos municípios, onde só 12 dos 184 têm secretarias de segurança. Xavier falou dos recursos inúteis gastos no governo Cid Gomes e disse que não adianta investir se não tiver um projeto. No final, ele lembrou Bogotá e Medelin, que conseguiram superar a violência e se abriram para o mundo como destinos turísticos.

BARRACAS DA PRAIA DO FUTURO

Pedro Carlos mencionou “O Cenário das Barracas da Praia do Futuro” com um relato de 40 anos de existência e muitos obstáculos ao longo deste tempo. Como representante do Fórum de Turismo do Ceará, ele acompanha o problema e não está otimista com a permanência das barracas. Os processos estão sendo julgados e há muitas irregularidades, como a ausência do Registro Imobiliário Patrimonial (RIP), que é a identificação do imóvel no cadastro da Secretaria do Patrimônio da União (SPU). “Falta adequação das barracas”, concluiu.

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