O turismo no Rio de Janeiro perdeu R$ 657 milhões em consequência da
criminalidade entre janeiro e agosto deste ano. O dado faz parte de um
levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo
(CNC). O montante equivale ao faturamento de 8,9 dias do turismo local.
O segmento de bares e restaurantes sofreu mais da metade do prejuízo: R$
332,1 milhões. Também tiveram perda os segmentos de transportes, agências de
viagens e locadoras de veículos (R$ 215,5 milhões, ou 32,6% do total); hotéis,
pousadas e similares (R$ 97,7 milhões, ou 14,8%) e atividades culturais e de
lazer (R$ 14,7 milhões, ou 2,2%).
A violência foi responsável por 29% da perda total de faturamento do
setor no período, que chegou a R$ 2,3 bilhões. O turismo também sofre impacto
em outros fatores, relacionados à conjuntura econômica.
Para Fábio Bentes, chefe da Divisão Econômica da CNC, a piora do mercado
de trabalho brasileiro até o início de 2017 limitou a capacidade de consumo por
parte dos turistas nacionais, que reduzem os gastos como lazer para equilibrar
o orçamento familiar. “E, mesmo com a reação lenta do emprego e a queda da
inflação nos últimos meses, ainda não vemos efeitos da retomada na demanda por
serviços turísticos”, disse.
Segundo estimativa da CNC, para cada aumento de 10% na criminalidade, a
receita bruta das empresas que compõem a atividade turística do Estado recua,
em média, 1,8%. O estudo identifica que a sensibilidade ao aumento da violência
no Estado é maior nos segmentos mais dependentes do turismo, tais como
hospedagem (-1,9%) e transporte (-2,0%).
Já nos segmentos de alimentação e serviços culturais e de lazer, mais
ligados à prestação de serviços a residentes, o aumento de 10% na criminalidade
no Estado reduz suas receitas em 1,7% e 1,5%, respectivamente.
De janeiro a setembro de 2017, o setor perdeu 10.237 postos de trabalho
com carteira assinada. No mesmo período do ano passado, a perda havia sido
menor: 6.823 postos.
Fonte: EBC Agência Brasil
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