domingo, 13 de maio de 2018

Jalapão – Um capricho da natureza no Tocantins

Imagem símbolo do Jalapão FOTOS: Lester Scalon/Avis Brasilis
Com o término da novela “O Outro Lado do Paraíso”, com cenários do Jalapão, a Rede Globo fez uma bela edição do Globo Repórter (11 de maio) sobre este destino encantador. O programa me despertou interesse em divulgar material recebido anteriormente, com fotos estonteantes.  O conteúdo revela uma triste realidade: pela dimensão do parque e acessos difíceis, o Jalapão vai continuar visto por poucos. É um destino para atletas corajosos e determinados. Há passeios organizados por agências, o que não foge dos obstáculos. 

Um portão de entrada para um mundo de muita beleza
O Parque Estadual do Jalapão é uma unidade de conservação brasileira de proteção integrada à natureza, localizado no Estado do Tocantins. Sua área é de 34 mil quilômetros quadrados e abrange os municípios de Ponte Alta do Tocantins, Mateiros, São Felix do Tocantins, Lizarda, Rio Sono, Novo Acordo, Santa Tereza do Tocantins, Lagoa do Tocantins e Rio da Conceição. Passou à condição de parque estadual em 2001. A jalapa-do-brasil, planta medicinal que deu nome ao Jalapão, pode ser encontrada em toda parte.

Nos Fervedouros, o banhista nada e não afunda FOTO: Magno-Lúciio
A região encanta por suas águas abundantes, chapadões e serras. A paisagem é de cerrado, com dunas alaranjadas, semelhantes às do Nordeste, rios, cachoeiras, nascentes de águas límpidas e transparentes, além de impressionantes formações rochosas. O destino já é conhecido pelos apaixonados pelo ecoturismo e turismo de aventura. A região é árida, pontilhada de oásis e tem uma temperatura média de 30 graus Celsius.

Apesar das dificuldades, a cada ano cresce o número de brasileiros e estrangeiros que se aventuram rumo ao Norte do Brasil em busca de um dos principais destinos de ecoturismo do pais. A maioria dos atrativos está localizada nas cidades de Mateiros, Novo Acordo, Ponte Alta do Tocantins e São Felix do Tocantins. Os atrativos garantem diversão o ano inteiro, seja no período chuvoso ou de estiagem, de acordo com o perfil e interesse do turista. Para os mais aventureiros, a região é ideal para a prática de diversos esportes, como rafting, canoagem, rapel e trilhas a pé e de bicicleta.

Cachoeiras fazem um cenário encantador no Jalapão
Entre os atrativos mais procurados estão a Cachoeira da Velha, uma enorme queda d’água em forma de ferradura de aproximadamente 100 metros de largura e 15 metros de altura; as dunas, cartão postal do Jalapão, compostas de areias finas e alaranjadas com até 40 metros de altura; os povoados do Mumbuca e Prata, comunidades remanescentes de quilombos, cuja visitação possibilita ao turista conhecer a cultura local; a Serra do Espírito Santo, formação rochosa onde é possível apreciar a flora da região; a Cachoeira do Formiga, encantadora nascente de água verde-esmeralda; e os Fervedouros, com suas águas transparentes, nas quais é impossível afundar.

CAPIM DOURADO

Artesanato de Capim Dourada, uma atividade econômica do Jalapão
As comunidades do Jalapão estão crescendo economicamente com a prática do artesanato de capim dourado, uma espécie de sempre viva, que por sua cor dourada lembra o ouro. O capim existe em todo o Cerrado brasileiro, mas é originário do Jalapão. É usado para fazer artesanatos, como vasos, cestas, chapéus, peças de decoração, bolsas e bijuterias. A atividade é organizada em associações e o capim dourado é protegido por leis que regulamentam o modo e a época de colheita, que ocorre de 20 de setembro a 20 de novembro. É também proibida sua retirada “in natura”, o que significa que só pode ser colhido maduro, uma vez que a retirada do capim ainda verde prejudica sua espécie e torna sua regeneração impossível.

Apesar da sua aparição como artesanato ter sido em 1993, acredita-se que a tradição de sua produção tenha se iniciado muito antes disso, em uma comunidade de escravos chamada Mumbuca, quando uma mulher aprendeu a usar o capim dourado com os índios que moravam naquela região. A atividade evoluiu, o artesanato passou a ser produzido na maioria das comunidades, tornou-se a principal fonte de renda dos moradores, ultrapassou as fronteiras do Brasil e virou produto de exportação.

COMO CHEGAR

A região do Jalapão fica a 300 quilômetros de Palmas, capital do Tocantins, principal porta de entrada para quem chega de todo o país. O Aeroporto de Palmas (PMW) recebe voos diretos apenas das cidades de São Paulo, Brasília e Goiânia. Quem chega de outras regiões terá que fazer uma conexão para chegar a Palmas. É possível chegar por via terrestre, em ônibus interestadual ou de carro. Para percorrer as estradas do Jalapão é necessário um veículo com tração nas quatro rodas.
Para os turistas que desejam ir ao Jalapão por conta própria, a atenção precisa ser redobrada, porque as estradas da região são difíceis. Quem viajar com uma agência, tour contratado, guia particular ou transfer tem menos preocupação. Os motoristas e guias são experientes nas estradas e dificilmente haverá problema.

ONDE FICAR

No Jalapão, os turistas se hospedam em pousadas simples ou campings. Não há grande oferta de quartos ou variedade de estabelecimentos, por isto não espere conforto na região. As agências de turismo não têm o que fazer, já que muitas vezes a pousada não corresponde ao bom atendimento prestado durante o tour. Para percorrer as principais atrações do Jalapão, o ideal é dividir a hospedagem entre as principais cidades bases e fazer o percurso circular, com saída e chegada em Palmas.

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