Imagem símbolo do Jalapão FOTOS: Lester Scalon/Avis Brasilis |
Com o término da novela “O Outro
Lado do Paraíso”, com cenários do Jalapão, a Rede Globo fez uma bela edição do
Globo Repórter (11 de maio) sobre este destino encantador. O programa me
despertou interesse em divulgar material recebido anteriormente, com fotos
estonteantes. O conteúdo revela uma
triste realidade: pela dimensão do parque e acessos difíceis, o Jalapão vai
continuar visto por poucos. É um destino para atletas corajosos e determinados.
Há passeios organizados por agências, o que não foge dos obstáculos.
Um portão de entrada para um mundo de muita beleza |
O Parque Estadual do Jalapão é
uma unidade de conservação brasileira de proteção integrada à natureza,
localizado no Estado do Tocantins. Sua área é de 34 mil quilômetros quadrados e
abrange os municípios de Ponte Alta do Tocantins, Mateiros, São Felix do
Tocantins, Lizarda, Rio Sono, Novo Acordo, Santa Tereza do Tocantins, Lagoa do
Tocantins e Rio da Conceição. Passou à condição de parque estadual em 2001. A
jalapa-do-brasil, planta medicinal que deu nome ao Jalapão, pode ser encontrada
em toda parte.
Nos Fervedouros, o banhista nada e não afunda FOTO: Magno-Lúciio |
A região encanta por suas águas abundantes,
chapadões e serras. A paisagem é de cerrado, com dunas alaranjadas, semelhantes
às do Nordeste, rios, cachoeiras, nascentes de águas límpidas e transparentes,
além de impressionantes formações rochosas. O destino já é conhecido pelos
apaixonados pelo ecoturismo e turismo de aventura. A região é árida, pontilhada
de oásis e tem uma temperatura média de 30 graus Celsius.
Apesar das dificuldades, a cada
ano cresce o número de brasileiros e estrangeiros que se aventuram rumo ao
Norte do Brasil em busca de um dos principais destinos de ecoturismo do pais. A
maioria dos atrativos está localizada nas cidades de Mateiros, Novo Acordo,
Ponte Alta do Tocantins e São Felix do Tocantins. Os atrativos garantem
diversão o ano inteiro, seja no período chuvoso ou de estiagem, de acordo com o
perfil e interesse do turista. Para os mais aventureiros, a região é ideal para
a prática de diversos esportes, como rafting, canoagem, rapel e trilhas a pé e
de bicicleta.
Cachoeiras fazem um cenário encantador no Jalapão |
Entre os atrativos mais
procurados estão a Cachoeira da Velha, uma enorme queda d’água em forma de ferradura
de aproximadamente 100 metros de largura e 15 metros de altura; as dunas,
cartão postal do Jalapão, compostas de areias finas e alaranjadas com até 40
metros de altura; os povoados do Mumbuca e Prata, comunidades remanescentes de
quilombos, cuja visitação possibilita ao turista conhecer a cultura local; a
Serra do Espírito Santo, formação rochosa onde é possível apreciar a flora da
região; a Cachoeira do Formiga, encantadora nascente de água verde-esmeralda; e
os Fervedouros, com suas águas transparentes, nas quais é impossível afundar.
CAPIM DOURADO
Artesanato de Capim Dourada, uma atividade econômica do Jalapão |
As comunidades do Jalapão estão
crescendo economicamente com a prática do artesanato de capim dourado, uma
espécie de sempre viva, que por sua cor dourada lembra o ouro. O capim existe
em todo o Cerrado brasileiro, mas é originário do Jalapão. É usado para fazer
artesanatos, como vasos, cestas, chapéus, peças de decoração, bolsas e
bijuterias. A atividade é organizada em associações e o capim dourado é
protegido por leis que regulamentam o modo e a época de colheita, que ocorre de
20 de setembro a 20 de novembro. É também proibida sua retirada “in natura”, o
que significa que só pode ser colhido maduro, uma vez que a retirada do capim
ainda verde prejudica sua espécie e torna sua regeneração impossível.
Apesar da sua aparição como
artesanato ter sido em 1993, acredita-se que a tradição de sua produção tenha
se iniciado muito antes disso, em uma comunidade de escravos chamada Mumbuca,
quando uma mulher aprendeu a usar o capim dourado com os índios que moravam
naquela região. A atividade evoluiu, o artesanato passou a ser produzido na
maioria das comunidades, tornou-se a principal fonte de renda dos moradores, ultrapassou
as fronteiras do Brasil e virou produto de exportação.
COMO CHEGAR
A região do Jalapão fica a 300
quilômetros de Palmas, capital do Tocantins, principal porta de entrada para
quem chega de todo o país. O Aeroporto de Palmas (PMW) recebe voos diretos
apenas das cidades de São Paulo, Brasília e Goiânia. Quem chega de outras
regiões terá que fazer uma conexão para chegar a Palmas. É possível chegar por
via terrestre, em ônibus interestadual ou de carro. Para percorrer as estradas
do Jalapão é necessário um veículo com tração nas quatro rodas.
Para os turistas que desejam ir
ao Jalapão por conta própria, a atenção precisa ser redobrada, porque as
estradas da região são difíceis. Quem viajar com uma agência, tour contratado,
guia particular ou transfer tem menos preocupação. Os motoristas e guias são
experientes nas estradas e dificilmente haverá problema.
ONDE FICAR
No Jalapão, os turistas se
hospedam em pousadas simples ou campings. Não há grande oferta de quartos ou
variedade de estabelecimentos, por isto não espere conforto na região. As
agências de turismo não têm o que fazer, já que muitas vezes a pousada não
corresponde ao bom atendimento prestado durante o tour. Para percorrer as principais
atrações do Jalapão, o ideal é dividir a hospedagem entre as principais cidades
bases e fazer o percurso circular, com saída e chegada em Palmas.
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