sexta-feira, 7 de setembro de 2018

As agências de Viagens vão se acabar? Quem responde é Juarez Barrozo


Para falar sobre as tendências de mercado o Jornal Festuris entrevistou Juarez Barrozo, diretor presidente da Redetur e diretor da Travel Mix Agências de Viagens. Ele fala sobre o mercado de agentes de viagens e sugere caminhos aos profissionais. Com sua expertise, Juarez fala sobre tendências, ferramentas inovadoras, a relação entre agentes e as OTAs (Online Travel Agencies), erros e acertos dos profissionais no mercado


JF: Quais as principais características que um agente de viagens deve apresentar para se destacar no mercado?
Juarez Barrozo: Nas diversas características e potencialidades pessoais no perfil ideal para o agente de viagens, acho imprescindível a capacidade de renovação constante, onde o novo seja encarado como desafio, não como fator impeditivo de crescimento. Há anos atrás o agente ideal era aquele que detinha conhecimento, hoje com o acesso a informação disponível a todos, o cliente busca agilidade, comprometimento e segurança. Por isso, agente de viagens moderno é aquele que está atualizado e disponível para seu cliente.
Quais os principais erros que fazem as agências perderem clientes?
Processos de vendas ultrapassados, sem agilidade, não competitivos. Além disso, relações de interesses pessoais do agente de viagens com seus fornecedores, nem sempre estas são saudáveis para a empresa ou para o cliente. As relações de negócios mudaram, não existe mais espaço para excesso de intermediação e falta de tecnologia. 
Como o agente de viagens deve explorar ferramentas como inovação e tecnologia?
As ferramentas tecnológicas são a nossa melhor arma para nos mantermos vivos e buscarmos crescimento. O problema não está só na distribuição (agências de viagens), mas principalmente no fornecimento de produtos, onde se vê total falta de investimentos em tecnologias de ponta para entregar as agências por parte dos fornecedores. O empresário de turismo brasileiro não investe em tecnologia como deveria, acredita nos velhos modelos.
As OTAS (Online Travel Agencies) são uma ameaça ao agente de turismo tradicional?
É uma ameaça para aqueles que são tradicionais e não buscam se reinventar. Existem muitos pontos falhos nos serviços oferecidos pelas OTAS. O agente atento trabalha exatamente nestes espaços e cresce com isto. Oportunidades sempre existirão, só os mais ousados e visionários vão enxergar.
Na sua opinião, quais serão as tendências do mercado de agentes de viagens para 2018 e 2019?
Este ano já está praticamente definido, acredito que não haverá crescimento exponencial e poucas novidades. Para 2019, o mercado está apontando algumas transformações, aquisições importantes, entrada de novos fornecedores internacionais, tecnologias de ponta e competitividade mais acirrada ainda. Talento e capacidade de renovação serão fundamentais para sair-se bem.
Em que frentes a Redetur trabalha para potencializar este segmento?
Nós temos projetos ousados e visionários, entendemos que a mudança passa pela transformação dos modelos de entrega, ou seja, a distribuição na ponta mudou, o cliente tem outras necessidades, e o modelo ultrapassado já não atende mais estas expectativas. Por isto, a base se inicia com tecnologias para encurtar o caminho e que atenda este novo formato. Nossos esforços são para iniciarmos a base de expansão da rede de agências no Brasil inteiro. 2019 será este ano!
Ao optar por uma viagem com o agente de viagem, quais são as facilidades para o cliente?
As OTAS despontaram como um canal importante, mas falhos em diversos pontos, dentre eles a segurança ao consumidor e a qualidade, principalmente na hora de resolver possíveis problemas do cliente (pós venda). Diariamente recebemos clientes insatisfeitos com as OTAS nas nossas lojas, suas experiências não foram boas. É exatamente nesse ponto que entra os serviços dos agentes de viagens, nós oferecemos mais segurança, o cliente sempre vai obter solução para seus problemas, além de serviços exclusivos, personalizados e com os mesmos preços da internet. Por isto, comprar em agência de viagens é o melhor caminho para o consumidor.
Você acredita que as agências de turismo vão se acabar?
Claro que não vão se acabar. Nos Estados Unidos há mais de 10 anos se dizia isto. Hoje se vê o contrário, as agências se reinventaram, atendem nichos específicos, oferecem serviços com mais qualidade e são valorizadas por isso. Existe crescimento no setor, comprovando que as agências de viagens têm vida longa.
Na sua opinião, feiras e eventos voltados ao turismo, como o Festuris Gramado potencializam negócios para o agente?
Estes eventos são uma necessidade para o agente de viagens, todo o profissional de turismo precisa de atualização, de relacionamentos profissionais, de treinamentos, de qualificação. O Festuris é o melhor evento de turismo do Brasil, entrega tudo isto aos agentes. Nós da Redetur estamos presentes desde a nossa fundação, em 2005.


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