Carlos Prado*
O país, a despeito do clima nervoso da campanha eleitoral, sai
fortalecido pela forma ordeira e republicana com que o pleito se realizou. O
resultado da votação, incontestável, legitimou a vontade popular e descortinou
a antevisão de cenários iminentes pelas lideranças empresariais.
Como protagonista da ampla cadeia turística, onde se insere a
indústria de viagens corporativas, busco captar, filtrar e analisar os
primeiros movimentos do eleito, definições de ministros e ministérios, etc.
Tudo isso com a lupa focada na relevância que será dada ao turismo como opção
segura, rápida e viável à recuperação econômica do país.
A expectativa da Abracorp e de toda a cadeia produtiva do setor
de turismo pode ser resumida em duas premissas:
1 - Cabe ao governo centrar foco e priorizar ações ao setor de
viagens e turismo.
2 - A Abracorp e toda a cadeia produtiva do setor de viagens e
turismo estão empenhados em trabalhar a favor do desenvolvimento da atividade
econômica.
Vejo com bons olhos os propósitos declarados pelo economista
Paulo Guedes, no sentido de que é preciso reduzir impostos, em vez de
distribuir subsídios. Também enxugar a máquina pública e promover a
desburocratização, para que investimentos privados possam prosperar com ganhos
de produtividade e competitividade.
O redesenho dos ministérios, em gestação, é compreensível. A
eventual fusão que resulte na nomenclatura Indústria, Comércio e Turismo, cogitada como
alternativa, é bem avaliada pelos players
e lideranças setoriais. Porém, em qualquer hipótese, defendemos que haja
recursos e estrutura compatíveis com a importância do setor. Quem sabe um
aparelho mais ágil e resolutivo, sob a chancela de uma mega secretaria.
A expectativa inclui a percepção clara, por parte do governo, de
que o Brasil é o destino número um no ranking mundial dos países com mais
atrativos naturais. E o oitavo com mais atrativos culturais. O fortalecimento
integrado do nosso receptivo, por meio de políticas de Estado – e não apenas de
Governo – abrirá as portas dos nossos tesouros para o mundo. Nosso portfólio
ganhará destaque nas vitrines internacionais, para atrair viagens a lazer e a
negócios.
Todos sabemos, muito bem, que o mercado de viagens corporativas
anda, avança e prospera ao ritmo da roda da economia. Executivos e técnicos cruzam
o planeta com mais intensidade quando o deslocamento se justifica. E é nesse
clima de expectativa e esperança que todas as entidades do trade estão unidas e articuladas, para que possamos nos posicionar
à altura da força que representamos. A união setorial e de toda a cadeia de
valor é o nosso ativo mais valioso.
*Carlos Prado é empresário e presidente do Conselho de
Administração da Abracorp
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