quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Fortaleza e Belo Horizonte recebem título de cidades criativas da Unesco

O design cearense e a culinária mineira foram reconhecidos pela entidade, que trabalha em prol de práticas sustentáveis

Fortaleza (CE) e  Belo Horizonte (MG) entraram para o rol da Rede de Cidades Criativas da Unesco no dia 30 deste mês de outubro. As capitais foram reconhecidas pela entidade por basearem o desenvolvimento sustentável através do design e da culinária, respectivamente. Ao conquistarem o título, as cidades têm a oportunidade de participar de projetos estratégicos em âmbito internacional e fomentar a indústria criativa local de forma sustentável e inclusiva.

Em junho deste ano, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, se reuniu com diretores da Unesco, em Paris, para reforçar e apoiar a candidatura de Fortaleza e Belo Horizonte, além de outras regiões turísticas brasileiras a títulos mundiais. Para ele, o reconhecimento dá a oportunidade de desenvolvimento para novos produtos e destinos turísticos. “Este título dará desenvolvimento turístico, econômico, cultural e social à estas localidades e é um instrumento que afeta diretamente a qualidade de vida das cidades, criando soluções criativas de melhorias locais. O turismo tem muito a ganhar com isso”, destacou.

Para o secretário municipal de Turismo de Fortaleza, Alexandre Pereira, o reconhecimento pela Unesco é um motivo de orgulho. “Estamos aqui fazendo um trabalho intenso no turismo e sempre com foco na cidade, tornando-a melhor para o fortalezense. Fortaleza sendo colocada no mundo como cidade criativa fortalece todas as estratégias de turismo que estamos fazendo, porque o turismo de experiências tem tudo a ver com cidades criativas. Então, Fortaleza tem se colocado no mundo dessa forma, uma cidade criativa, afetiva e cordial”.

De acordo com o presidente da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), Gilberto Castro, o título é uma conquista construída a partir da coletividade. “Foram meses de engajamento dos atores da gastronomia que conseguiram resumir, em um dossiê, os nossos atributos. São feiras, chefs renomados, restaurantes, pratos típicos, além de políticas públicas voltadas para a segurança alimentar, tudo isso formando a base desse título. É um reconhecimento internacional da nossa criatividade gastronômica como motor de desenvolvimento sustentável. Hoje, Belo Horizonte e seu DNA gastronômico se firmam como exemplo diante do mundo”.  

No Brasil, outras oito cidades já contam com o título: Belém (PA), Florianópolis (SC) e Paraty (RJ), no campo da Gastronomia; Brasília (DF) e Curitiba (PR), no do Design; João Pessoa (PB), em Artesanato e Artes folclóricas; Salvador (BA), na Música; e Santos (SP), no Cinema.

As cidades criativas da Unesco se comprometem a colocar a cultura no centro de suas estratégicas de desenvolvimento e compartilhar suas melhores práticas. Elas trabalham em busca de dois objetivos comuns: colocar as indústrias criativas e culturais no centro dos planos de desenvolvimento locais e cooperar ativamente por meio de parcerias entre cidades em nível nacional e internacional. São sete categorias: artesanato e artes folclóricas, design, cinema, gastronomia, literatura, artes midiáticas e música.

DESIGN CEARENSE

A capital do Ceará é considerada a 4ª capital do país em número de estabelecimentos do segmento, depois de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Além disso, Fortaleza ocupa hoje a terceira posição entre as capitais brasileiras em número de empregos formais no setor de design, com uma taxa de 273,9 projetistas por milhão de habitantes, 80% superior à média brasileira. Tudo teve início com o ciclo da plantação de algodão no Ceará, a partir do século XVIII, quando o processo de industrialização de Fortaleza se consolidou com a criação de um parque industrial têxtil e uma área de produção de moda.

GASTRONOMIA MINEIRA

Com uma arte culinária singular e que remete a uma tradição de décadas, Belo Horizonte vem se consolidando cada vez mais como um ativo imprescindível para o turismo gastronômico no país. De acordo com dados da Pesquisa de Demanda Turística do Ministério do Turismo, a culinária é o item mais bem avaliado pelos turistas estrangeiros na capital mineira, com índice de mais de 98% de aprovação.

Hoje, a gastronomia responde por quase 40% dos empregos na economia criativa de Belo Horizonte, com mais de 21 mil pessoas formalmente empregadas. Segundo a Abrasel-MG, o setor movimenta 4,5 bilhões de reais por ano, considerando as suas 45.662 empresas do setor de alimentos, das quais 18.699 são bares e restaurantes, distribuídos em mais de 10 polos gastronômicos.


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