O design cearense e a culinária mineira foram reconhecidos pela entidade, que trabalha em prol de práticas sustentáveis
Fortaleza (CE) e Belo Horizonte (MG) entraram para o rol da
Rede de Cidades Criativas da Unesco no dia 30 deste mês de outubro. As capitais
foram reconhecidas pela entidade por basearem o desenvolvimento sustentável
através do design e da culinária, respectivamente. Ao conquistarem o título, as
cidades têm a oportunidade de participar de projetos estratégicos em âmbito
internacional e fomentar a indústria criativa local de forma sustentável e
inclusiva.
Em junho deste ano, o
ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, se reuniu com diretores da Unesco,
em Paris, para reforçar e apoiar a candidatura de Fortaleza e Belo Horizonte,
além de outras regiões turísticas brasileiras a títulos mundiais. Para ele, o reconhecimento
dá a oportunidade de desenvolvimento para novos produtos e destinos turísticos.
“Este título dará desenvolvimento turístico, econômico, cultural e social à
estas localidades e é um instrumento que afeta diretamente a qualidade de vida
das cidades, criando soluções criativas de melhorias locais. O turismo tem
muito a ganhar com isso”, destacou.
Para o secretário municipal
de Turismo de Fortaleza, Alexandre Pereira, o reconhecimento pela Unesco é um
motivo de orgulho. “Estamos aqui fazendo um trabalho intenso no turismo e
sempre com foco na cidade, tornando-a melhor para o
fortalezense. Fortaleza sendo colocada no mundo como cidade criativa fortalece
todas as estratégias de turismo que estamos fazendo, porque o turismo de
experiências tem tudo a ver com cidades criativas. Então, Fortaleza tem se
colocado no mundo dessa forma, uma cidade criativa, afetiva e cordial”.
De acordo com o presidente
da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), Gilberto Castro, o
título é uma conquista construída a partir da coletividade. “Foram meses de
engajamento dos atores da gastronomia que conseguiram resumir, em um dossiê, os
nossos atributos. São feiras, chefs renomados, restaurantes, pratos típicos,
além de políticas públicas voltadas para a segurança alimentar, tudo isso
formando a base desse título. É um reconhecimento internacional da nossa
criatividade gastronômica como motor de desenvolvimento sustentável. Hoje, Belo
Horizonte e seu DNA gastronômico se firmam como exemplo diante do mundo”.
No Brasil, outras oito
cidades já contam com o título: Belém (PA), Florianópolis (SC) e Paraty (RJ),
no campo da Gastronomia; Brasília (DF) e Curitiba (PR), no do Design; João
Pessoa (PB), em Artesanato e Artes folclóricas; Salvador (BA), na Música; e
Santos (SP), no Cinema.
As cidades criativas da
Unesco se comprometem a colocar a cultura no centro de suas estratégicas de
desenvolvimento e compartilhar suas melhores práticas. Elas trabalham em busca
de dois objetivos comuns: colocar as indústrias criativas e culturais no centro
dos planos de desenvolvimento locais e cooperar ativamente por meio de
parcerias entre cidades em nível nacional e internacional. São sete categorias:
artesanato e artes folclóricas, design, cinema, gastronomia, literatura, artes
midiáticas e música.
DESIGN
CEARENSE
A capital do Ceará é
considerada a 4ª capital do país em número de estabelecimentos do segmento,
depois de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Além disso, Fortaleza ocupa
hoje a terceira posição entre as capitais brasileiras em número de empregos
formais no setor de design, com uma taxa de 273,9 projetistas por milhão de
habitantes, 80% superior à média brasileira. Tudo teve início com o ciclo da
plantação de algodão no Ceará, a partir do século XVIII, quando o processo de
industrialização de Fortaleza se consolidou com a criação de um parque
industrial têxtil e uma área de produção de moda.
GASTRONOMIA
MINEIRA
Com uma arte culinária
singular e que remete a uma tradição de décadas, Belo Horizonte vem se
consolidando cada vez mais como um ativo imprescindível para o turismo
gastronômico no país. De acordo com dados da Pesquisa de Demanda Turística do
Ministério do Turismo, a culinária é o item mais bem avaliado pelos turistas
estrangeiros na capital mineira, com índice de mais de 98% de aprovação.
Hoje, a gastronomia
responde por quase 40% dos empregos na economia criativa de Belo Horizonte, com
mais de 21 mil pessoas formalmente empregadas. Segundo a Abrasel-MG, o setor
movimenta 4,5 bilhões de reais por ano, considerando as suas 45.662 empresas do
setor de alimentos, das quais 18.699 são bares e restaurantes, distribuídos em
mais de 10 polos gastronômicos.
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