O plenário do Senado
Federal aprovou, terça-feira (16 de junho), a Medida Provisória 936/2020, que
promove alterações temporárias na legislação trabalhista para socorrer as
empresas e preservar empregos. Por 75 votos a zero, os parlamentares decidiram
enviar para sanção presidencial o texto que permite, por exemplo, a redução de
salários e da jornada de trabalho ou a suspensão do contrato enquanto durar o
estado de calamidade pública.
O turismo foi um dos segmentos mais
afetados pela pandemia do novo coronavírus. A afirmação consta no levantamento
"Impacto econômico da Covid-19: propostas para o turismo brasileiro",
elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Na avaliação do gerente de
projetos da FGV Projetos, André Coelho, sem o alongamento de prazos de vigência
de medidas como essas mais de 1,1 milhão de postos de trabalho no setor podem
ser perdidos.
Segundo André, esses apoios são essenciais
para que empregadores consigam manter seus funcionários, além de acelerar o
processo de empregar novamente os que já foram despedidos por causa da
pandemia. “São medidas como essa que fazem com que consigamos segurar os
empregos e com que os empresários tenham alguma possibilidade de se preparar
para o processo de retomada. Principalmente para o turismo, será
significativamente lento esse processo de volta à normalidade. Tanto, que nós
estimamos que ele só deve retomar na alta temporada, ou seja, no final de
2020”, afirma Coelho.
“A dispensa desses funcionários não é nociva apenas para a economia, porque
são pessoas que ficam desempregadas, mas também é ruim para o processo das
empresas de turismo, pois na readmissão de novos trabalhadores, eles vão passar
por todo o custo de treinamento novamente”, acrescenta.
Desde meados de março de 2020, quando a pandemia começou a apresentar
seus primeiros impactos no País, o turismo brasileiro parou. Para André Coelho,
esse quadro é preocupante, tendo em vista que, em uma visão macro, o setor é um
dos que mais ajuda a movimentar a economia do Brasil.
“O Turismo representa, diretamente, quase 4% do PIB do Brasil, podendo
chegar, se pensarmos nos impactos indiretos, a 8%. É um setor que emprega
pessoas nas diversas qualidades de formação e não é só concentrado na mesma
área. Existem pontos de maior movimento no Brasil de turistas, mas ele está
espalhado em todas as regiões no País”, aponta o gerente.
Com base em análises nos mais variados campos, como sanitário, político,
social e econômico, a FGV Projetos estima que o período de interrupção das
atividades será de cinco meses. As projeções consideram que o turismo doméstico
poderá recuperar a produção em 12 meses, mas o internacional precisará de, pelo
menos, 24 meses para voltar ao nível de 2019.
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