sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Custos de companhias aéreas não diminuem e empregos correm risco

Segundo a mais recente análise da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA - International Air Transport Association), o setor aéreo não pode cortar custos o suficiente para neutralizar o uso de caixa para evitar falências e preservar empregos em 2021. A IATA reforçou seu apelo aos governos pedindo medidas de alívio financeiro para que as companhias aéreas evitem demissões em massa. A Associação também solicitou a realização de testes de Covid-19 antes do embarque, para que as fronteiras sejam abertas, permitindo viagens sem quarentena.

A receita total da indústria em 2021 deve cair 46% em relação aos US$ 838 bilhões de receita em 2019. A análise anterior sugeria queda na receita de aproximadamente 29% em 2021 em relação a 2019, com base nas expectativas de uma recuperação da demanda a partir do quarto trimestre de 2020. A recuperação não ocorreu devido aos novos surtos de Covid-19 e restrições de viagens impostas pelos governos, incluindo o fechamento de fronteiras e medidas de quarentena. Segundo estimativas da IATA, o tráfego do ano todo de 2020 deve cair 66% em relação a 2019, com queda de 68% na demanda de dezembro.

"O quarto trimestre de 2020 será extremamente difícil, com poucos indícios de melhoria significativa no primeiro semestre de 2021 enquanto as fronteiras continuarem fechadas e/ou medidas de quarentena na chegada ao destino permanecerem em vigor. Sem alívio financeiro adicional do governo, as companhias aéreas de médio porte têm apenas 8,5 meses de caixa restante, considerando o uso rápido de suas reservas. Além disso, não podemos cortar custos com a rapidez suficiente para recuperar as receitas", disse Alexandre de Juniac, diretor geral e CEO da IATA.

Embora as companhias aéreas tenham tomado medidas drásticas para reduzir custos, cerca de 50% dos seus custos são fixos ou quase fixos, pelo menos no curto prazo. Com isso, os custos não caíram tão rápido quanto as receitas. Por exemplo, a redução dos custos operacionais no segundo trimestre foi de 48% em comparação com o ano passado; já a redução das receitas operacionais foi de 73%, com base na análise de 76 companhias aéreas.

Além disso, como as companhias aéreas reduziram a capacidade (medida em assentos disponíveis por quilômetro, ou ASKs) em resposta ao colapso na demanda de viagens, os custos unitários (custo por ASK, ou CASK) aumentaram, pois existem menos assentos disponíveis por quilômetro para "diluir" os custos. Os resultados preliminares do terceiro trimestre mostram que os custos unitários aumentaram cerca de 40% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Para 2021, a IATA estima que, para atingir um resultado operacional equilibrado e neutralizar a queima de caixa, os custos unitários terão que cair 30% em comparação com o CASK médio de 2020. Esse declínio é sem precedentes.

A IATA (International Air Transport Association) representa cerca de 290 companhias aéreas, que compõem 82% do tráfego aéreo global. Para mais informações visite: www.valordaaviacao.org.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário