sábado, 27 de fevereiro de 2021

Diário do Nordeste encerra o impresso e prossegue no digital

O empresário Edson Queiroz avalia o jornal apresentado por mim, Edgony Bezerra

As boas lembranças alimentam nossa alma e nos ajudam a prosseguir. É com este pensamento que eu faço um retorno ao passado e recordo o apagar das luzes de 1981 (19.12), quando tudo era expectativa para o jornalismo cearense, que via o mercado crescer com o lançamento do Diário do Nordeste. Era um momento especial, a “porta da esperança” para a realização de sonhos. O jornal nascia grande, com berço numa empresa sólida, concebido pelo empresário Edson Queiroz, que tinha como proposta investir num grande veículo para se tornar o maior do Ceará e do Nordeste. Seu sonho durou pouco e com menos de seis meses do surgimento do jornal, Edson Queiroz foi para a eternidade, vítima de um acidente aéreo.

Integrei a seleta equipe da redação um mês antes da inauguração do jornal e fiquei 33 anos. Na foto, momentos de expectativa. Foram elaboradas três edições experimentais do jornal – 000, 00, 0. O empresário Edson Queiroz visitava a redação e passava em cada mesa para participar do processo de avaliação. A cada instante uma conquista e a certeza de que o cearense estava recebendo um grande produto. Na redação, tudo era alegria, descoberta. Dos primeiros anos, lembro dos ensinamentos dos colegas Ronaldo Salgado e Nilton Almeida, além das pautas inusitadas do Dedé de Castro e do que ele nos oferecia de boa leitura para conquista de prêmios de reportagem. 

O momento atual não é a mesma coisa, não gera expectativa, apenas emoções silenciosas. Muita coisa mudou e o papel vai fugir das nossas mãos a partir de amanhã e vamos nos conformar com as inovações da modernidade. Ficam as saudades e as boas lembranças. Neste grande jornal, de realização profissional, fiz opção pelo turismo e editei um caderno durante 29 anos ininterruptos. Foi uma grande contribuição para a divulgação do Ceará, do Brasil e do mundo. Muitas viagens, muito conhecimento e a certeza do dever cumprido. Foram anos inesquecíveis que ficaram inseridos na minha memória e na minha vida.

Na redação, o trabalho é de equipe. Envolve diagramadores, fotógrafos e repórteres. São muitas as lembranças: Miguel Portela, Eduardo Queiroz, Kiko Silva, Glauco Bezerra, Luiz Willian e os dois últimos repórteres Fernando Brito e Kiko Barros, que tão bem se afinaram com o meu desejo de fazer o melhor.

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