quinta-feira, 23 de março de 2023

Centro de Turismo acompanha o crescimento do setor e comemora 50 anos

O Centro de Turismo do Ceará ocupa um prédio de 1866
Alguém se lembra da bela Fortaleza dos anos 70? Sedutora, com sorriso de menina-moça, a capital cearense tinha uma paquera sutil com o turismo, atividade que acontecia nas grandes capitais e alimentava o sonho das pequenas. Como tornar este sonho realidade? A resposta veio do então governador do Ceará, César Cals de Oliveira Filho, que inaugurou o Centro de Turismo do Ceará no dia 31 de março de 1973.

É grande a variedade de produtos ofertados no Cantro de Turismo
Quem viveu esta época sabe que o turismo estava dando os primeiros passos e precisava de ousadia e determinação. Com uma visão de futuro, César Cals mudou as cores e o destino da antiga cadeia pública de Fortaleza, instalada num prédio pomposo de 1866. A cadeia estava desativada e o prédio ganhou vida nova a partir dessa decisão. As celas, que antes guardavam os fora da lei, foram transformadas em lojas para expor e comercializar o artesanato cearense.

Em 105 celas e dois quiosques são ofertados diversos produtos cearenses: rendas de bilro, redes, camisetas, chapéus, peças de crochê, palha e couro, doces, castanha de caju, rapaduras, licores, pingas e lembranças do Ceará para encantar os visitantes.

 Portão de entrada da antiga cadeia pública em sua forma original
Na parte superior do prédio foi instalada a Empresa Cearense de Turismo (Emcetur), órgão oficial de promoção e divulgação do turismo, desativada depois da criação de uma secretaria. Outros equipamentos foram instalados, como museu e pinacoteca, mas estão desativados. Numa das salas foi instalada uma loja denominada Arte em Cadeia, que comercializa produtos feitos pelos presidiários.

QUIXADÁ É PIONEIRO

Quixadá divulga e comercializa a castanha-de-caju do Ceará
Os locatários e permissionários ocupam as celas para comercialização dos produtos. Muitos dos usuários estão na terceira geração. Entre eles está o pioneiro e criativo Raimundo Quixadá, que além de comerciante, dedicou-se à divulgação do Ceará com apoio ao artesão Edgar, que trabalhava com areias coloridas em garrafas. Edgar fez peças raras como as imagens de Jesus e do papa João Paulo II, além de um pavão, em homenagem ao compositor cearense Ednardo, autor da música Pavão Misterioso. Edgar destacou-se no trabalho e levou a imagem do Ceará para eventos nacionais e internacionais.

Garrafas com areias coloridas são expostas na loja do Quixadá no Centro de Turismo
Outra ação de Quixadá para promoção do Ceará foi a produção de cartões-postais com imagens das praias, muitas ainda desconhecidas na época: Lagoinha, Canoa Quebrada, Jericoacoara e outras.

Na sua loja, o carro-chefe era o licor de jenipapo. Quixadá oferecia a degustação e o turista não resistia. Os anos se passaram e o habilidoso comerciante trocou o licor pela castanha-de-caju, produto de qualidade oferecido em várias versões: com sal, sem sal, caramelizada, tamanhos normal e grande. A degustação é uma festa e ninguém resiste.

Quixadá coleciona vários impressos que destacam seu produto e expõe as garrafas de areias coloridas e uma foto da solenidade de inauguração do Centro de Turismo. Entre seu acervo destaca-se uma foto de um cearense na Antártica com um pacote de castanha Quixadá.

MAIS INFORMAÇÕES:

Centro de Turismo

Endereço: Rua Senador Pompeu, 350, Centro

Horário de funcionamento:

De segunda à sexta-feira, de 8h às 18 horas; sábados, de 8h às 16 horas; domingos e feriados, de 8h às 12 horas.

Estacionamento gratuito com 80 vagas

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