O Centro de Turismo do Ceará ocupa um prédio de 1866 |
Alguém se lembra da bela Fortaleza dos anos 70? Sedutora, com
sorriso de menina-moça, a capital cearense tinha uma paquera sutil com o
turismo, atividade que acontecia nas grandes capitais e alimentava o sonho das
pequenas. Como tornar este sonho realidade? A resposta veio do então governador
do Ceará, César Cals de Oliveira Filho, que inaugurou o Centro de Turismo do
Ceará no dia 31 de março de 1973.
É grande a variedade de produtos ofertados no Cantro de Turismo |
Quem viveu esta época sabe que o turismo estava dando os
primeiros passos e precisava de ousadia e determinação. Com uma visão de
futuro, César Cals mudou as cores e o destino da antiga cadeia pública de
Fortaleza, instalada num prédio pomposo de 1866. A cadeia estava desativada e o
prédio ganhou vida nova a partir dessa decisão. As celas, que antes guardavam
os fora da lei, foram transformadas em lojas para expor e comercializar o
artesanato cearense.
Em 105 celas e dois quiosques são
ofertados diversos produtos cearenses: rendas de bilro, redes, camisetas, chapéus,
peças de crochê, palha e couro, doces, castanha de caju, rapaduras, licores,
pingas e lembranças do Ceará para encantar os visitantes.
Portão de entrada da antiga cadeia pública em sua forma original |
Na parte superior do prédio foi instalada a Empresa Cearense
de Turismo (Emcetur), órgão oficial de promoção e divulgação do turismo,
desativada depois da criação de uma secretaria. Outros equipamentos foram
instalados, como museu e pinacoteca, mas estão desativados. Numa das salas foi
instalada uma loja denominada Arte em Cadeia, que comercializa produtos feitos
pelos presidiários.
QUIXADÁ É PIONEIRO
Quixadá divulga e comercializa a castanha-de-caju do Ceará |
Os locatários e permissionários ocupam as celas para
comercialização dos produtos. Muitos dos usuários estão na terceira geração.
Entre eles está o pioneiro e criativo Raimundo Quixadá, que além de
comerciante, dedicou-se à divulgação do Ceará com apoio ao artesão Edgar, que
trabalhava com areias coloridas em garrafas. Edgar fez peças raras como as
imagens de Jesus e do papa João Paulo II, além de um pavão, em homenagem ao
compositor cearense Ednardo, autor da música Pavão Misterioso. Edgar
destacou-se no trabalho e levou a imagem do Ceará para eventos nacionais e
internacionais.
Garrafas com areias coloridas são expostas na loja do Quixadá no Centro de Turismo |
Outra ação de Quixadá para promoção
do Ceará foi a produção de cartões-postais com imagens das praias, muitas ainda
desconhecidas na época: Lagoinha, Canoa Quebrada, Jericoacoara e outras.
Na sua loja, o carro-chefe era o licor de jenipapo. Quixadá
oferecia a degustação e o turista não resistia. Os anos se passaram e o
habilidoso comerciante trocou o licor pela castanha-de-caju, produto de
qualidade oferecido em várias versões: com sal, sem sal, caramelizada, tamanhos
normal e grande. A degustação é uma festa e ninguém resiste.
Quixadá coleciona vários impressos que destacam seu produto e
expõe as garrafas de areias coloridas e uma foto da solenidade de inauguração
do Centro de Turismo. Entre seu acervo destaca-se uma foto de um cearense na
Antártica com um pacote de castanha Quixadá.
MAIS INFORMAÇÕES:
Centro de Turismo
Endereço: Rua Senador Pompeu, 350, Centro
Horário de funcionamento:
De segunda à sexta-feira, de 8h às 18 horas; sábados, de 8h
às 16 horas; domingos e feriados, de 8h às 12 horas.
Estacionamento gratuito com 80 vagas
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