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O radialista Reginaldo Silveira, o escritor José de Fátima e a jornalista Edgony Bezerra |
Voz
suave, comportamento humilde e muita vontade de compartilhar conhecimento.
Estamos falando de José de Fátima Silva, cordelista, escritor, historiador e
fundador de dois museus na cidade de Itarema (não existem mais). Sua mais
recente conquista é o livro “Almofala – Relicário de Lembranças”, publicação
que relata a história do pequeno distrito de Itarema, que tem como relíquia a
Igreja de Nossa Senhora da Conceição, que foi soterrada por uma duna vizinha. Na foto, Edgony Bezerra recebendo o livro.
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O acervo de José de Fátima na parede da sala |
Conhecendo
seu trabalho, eu defino José de Fátima como um relicário de Itarema, município
do litoral oeste do Ceará, que tem belas praias, dá os primeiros passos para o
turismo, mas não valoriza a cultura. Dedicado ao saber e às atividades
culturais, José de Fátima transformou sua casa num pequeno estúdio de pesquisa,
com um variado acervo e muita gentileza no atendimento.
ALMOFALA EM LIVRO
O
livro de José de Fátima, publicado em 2020, tem 158 páginas e começa destacando
os primeiros habitantes: os índios Tremembé. Referências mencionadas informam
que os Tremembé viram o homem branco pela primeira vez em maio de 1501 e
“tiveram contato com o navegador Pedro Mártir de Algéria, que desembarcou na
foz do rio Aracati-Mirim, na praia de Almofala”.
A
publicação destaca Almofala com mais de 500 anos, visitada por portugueses,
espanhóis e outros europeus que lá fixaram residência. O lugar recebeu os
primeiros jesuítas e a fundação da Companhia de Jesus, em 1534. A atividade missionária
foi iniciada e prosseguiu com a construção de um nicho tapado de barro e
coberto de palha, em honra a Nossa Senhora da Conceição.
Tempos
depois, o nicho foi substituído por uma capela de alvenaria, que o rei de
Portugal, D. João V, mandou construir para os índios Tremembé de Almofala. O
material para a construção veio da Bahia, via mar. As imagens para a capela de
Almofala vieram de Portugal e permaneceram no local 245 anos. A bênção da
capela ocorreu em 1712.
Depois
de tantas conquistas religiosas, a capelinha de Almofala foi soterrada por uma
duna, que a cobriu totalmente, em 1897. Este é o fato mais importante e
dramático contado no livro de José de Fátima e de outros autores, que precisa
ser rememorado para que os visitantes do belo distrito de Itarema conheçam sua
história.
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