quarta-feira, 2 de agosto de 2023

José de Fátima resgata a história de Almofala num relicário de lembranças

O radialista Reginaldo Silveira, o escritor José de Fátima e a jornalista Edgony Bezerra
Voz suave, comportamento humilde e muita vontade de compartilhar conhecimento. Estamos falando de José de Fátima Silva, cordelista, escritor, historiador e fundador de dois museus na cidade de Itarema (não existem mais). Sua mais recente conquista é o livro “Almofala – Relicário de Lembranças”, publicação que relata a história do pequeno distrito de Itarema, que tem como relíquia a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, que foi soterrada por uma duna vizinha. Na foto, Edgony Bezerra recebendo o livro.

O acervo de José de Fátima na parede da sala
Conhecendo seu trabalho, eu defino José de Fátima como um relicário de Itarema, município do litoral oeste do Ceará, que tem belas praias, dá os primeiros passos para o turismo, mas não valoriza a cultura. Dedicado ao saber e às atividades culturais, José de Fátima transformou sua casa num pequeno estúdio de pesquisa, com um variado acervo e muita gentileza no atendimento.

ALMOFALA EM LIVRO

O livro de José de Fátima, publicado em 2020, tem 158 páginas e começa destacando os primeiros habitantes: os índios Tremembé. Referências mencionadas informam que os Tremembé viram o homem branco pela primeira vez em maio de 1501 e “tiveram contato com o navegador Pedro Mártir de Algéria, que desembarcou na foz do rio Aracati-Mirim, na praia de Almofala”.

A publicação destaca Almofala com mais de 500 anos, visitada por portugueses, espanhóis e outros europeus que lá fixaram residência. O lugar recebeu os primeiros jesuítas e a fundação da Companhia de Jesus, em 1534. A atividade missionária foi iniciada e prosseguiu com a construção de um nicho tapado de barro e coberto de palha, em honra a Nossa Senhora da Conceição.

Tempos depois, o nicho foi substituído por uma capela de alvenaria, que o rei de Portugal, D. João V, mandou construir para os índios Tremembé de Almofala. O material para a construção veio da Bahia, via mar. As imagens para a capela de Almofala vieram de Portugal e permaneceram no local 245 anos. A bênção da capela ocorreu em 1712.

Depois de tantas conquistas religiosas, a capelinha de Almofala foi soterrada por uma duna, que a cobriu totalmente, em 1897. Este é o fato mais importante e dramático contado no livro de José de Fátima e de outros autores, que precisa ser rememorado para que os visitantes do belo distrito de Itarema conheçam sua história. 

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