Neste mês de outubro, numa deferência
especial ao assunto que mais toca as mulheres, farei uma alteração na proposta
editorial do blog para publicar um artigo sobre o câncer de mama. É uma
contribuição espontânea de uma pessoa afetada pelo problema, porém com
resultados positivos para a cura
A empresária Verônica Patrício participa da campanha |
O câncer representa um grande desafio em termos de saúde pública. Doença
multifatorial, sua incidência está relacionada não somente aos fatores de
risco, mas à qualidade dos serviços de saúde, às campanhas de prevenção, e,
principalmente, ao envelhecimento da população. Dados do Instituto Nacional do
Câncer (INCA) revelam que, no Brasil, este ano deve contabilizar quase 600 mil
novos casos da doença. Metade deles, em mulheres. Uma em cada cinco pacientes
com câncer terá de lidar com o diagnóstico de câncer de mama – que, depois do
câncer de pele não-melanoma, é o mais comum, seguido de cólon e reto, colo do
útero, pulmão e estômago.
Depois dos 40 anos de idade, a doença aumenta progressivamente entre as
mulheres. Estudos norte-americanos indicam que a incidência mundial do câncer
vem aumentando e que 12,4% das mulheres terão câncer de mama em alguma fase da
vida. Embora 87,6% não tenham de lidar com a doença, a realização anual da
mamografia continua sendo o método mais importante de prevenção em pacientes com
mais de 40 anos. Nos Estados Unidos, o câncer de mama atinge uma em cada 28
mulheres depois dos 60 anos, uma em cada 42 mulheres depois dos 50 anos e uma
em cada 68 mulheres na faixa dos 40 anos. Antes disso a doença é considerada
rara, atingindo uma em cada 227 mulheres.
Verônica Patrício - Ceará Travel |
Na opinião de Vivian Schivartche, médica radiologista do CDB Medicina
Diagnóstica, esse tipo de estatística é interessante para uma
avaliação geral da população feminina em relação à doença. Mas, para cada
mulher, o risco pode ser maior ou menor, dependendo de inúmeros fatores – tanto
os conhecidos como os ainda não completamente compreendidos.
“Como a incidência do câncer de mama está intrinsecamente relacionada ao
envelhecimento, o fator idade é o principal para determinar os riscos da
doença. Sendo assim, enquanto mulheres jovens não devem se preocupar muito com
isso, a menos que suas mães e irmãs tenham enfrentado o problema, depois dos 40
anos a preocupação deve ser relevante o suficiente para que se faça o exame
mamográfico anualmente”.
A especialista afirma que a mamografia costuma apresentar sensibilidade
em torno de 80%. Mas a introdução da tomossíntese mamária refinou o
diagnóstico. “A tomossíntese, também chamada de mamografia 3D, costuma aumentar
sensivelmente a detecção do câncer de mama, já que permite enxergar o tumor
numa fase muito precoce e em mamas densas e heterogêneas. Porém, em pacientes
de alto risco ou quando persistirem dúvidas, outros exames devem ser realizados
de forma complementar, como a ultrassonografia e a ressonância magnética”.
A médica explica que, na imagem mamográfica, o tecido denso aparece em
branco, enquanto a gordura é caracterizada pelas áreas escuras. Como os tumores
também aparecem em branco nessas imagens, é mais difícil diferenciar o que é
tecido altamente denso de um tumor. “Muitas vezes, a mulher é chamada novamente
para que façam novas imagens e esclareçam essas dúvidas. Os avanços da
mamografia nos últimos anos, quando passou de um simples exame em filme para um
exame digital e depois para a tomossíntese, caminham na direção de aumentar a
detecção de tumores cada vez menores e reduzir a necessidade de imagens
extras”.
Agora, também é possível utilizar as imagens da
tomossíntese para produzir imagens mamográficas em duas dimensões,
sintetizadas. Uma das vantagens é a possibilidade de melhorar o diagnóstico da
doença – especialmente em pacientes jovens e com mamas densas. De acordo com
Vivian Schivartche, a superioridade nas imagens mamográficas quando se faz o
uso do software é notável. A médica diz que esse método diagnóstico permite a
visualização de tumores menores, mais agressivos e provavelmente mais
precocemente, quando comparada à mamografia convencional.
“Quando a mamografia convencional (2D) é realizada
isoladamente, a sobreposição de estruturas da mama pode simular lesões
suspeitas, obrigando a paciente a fazer mais radiografias para esclarecimento,
ou até mesmo uma biópsia. A tomossíntese elimina a sobreposição dos tecidos. Com
isso, temos melhor definição das bordas das lesões, melhor detecção de lesões
sutis e melhor localização da lesão na mama. Com o uso do software, a exposição
à radiação – que é um fator a ser considerado – cai pela metade. Sendo assim, é
muito vantajoso para a paciente com suspeita de câncer de mama”, diz a médica.
Fonte: Dra. Vivian Schivartche, médica radiologista,
especialista em Diagnóstico da Mama no CDB Premium e Centro
de Diagnósticos Brasil – www.cdb.com.br
***O National Cancer Institute (Estados Unidos)
disponibiliza uma ferramenta que calcula a chance anual de uma mulher ter
câncer de mama, bem como a probabilidade até atingir 90 anos. https://www.cancer.gov/bcrisktool/
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