Allan Aguiar |
Quem faz esta pergunta é Allan Aguiar, ex-secretário do Turismo
do Ceará, ex-presidente da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) e
ex-presidente da Fundação Comissão de Turismo Integrado do Nordeste (CTI-NE).
Allan faz uma análise dos números do turismo no Ceará, que, em queda livre,
mostram a perda de competitividade do Estado.
Numa comparação realista, Allan diz que “não são somente os
níveis das reservas hídricas do Ceará que vem contabilizando patamares
desesperadores e impondo prejuízos avassaladores ao agronegócio do Estado.
Nossa mais clara vocação econômica, o turismo, também atravessa seu mais longo
período de estiagem com reflexos na imensa cadeia produtiva do segmento e
conferindo contornos de calamidade à crise de empregos que assola nossa
economia”
Ao comentar a má gestão e os altos investimentos que nos levam
ao momento iminente de crise hídrica, Allan destaca a crise turística, “onde
torramos quase R$ 200 milhões em dois aeroportos regionais que jamais receberam
nem receberão sequer um voo com turistas, faltou-nos construir um novo
Aeroporto de Fortaleza capaz de garantir o desempate, a nosso favor, da cidade
sede do HUB Aéreo Internacional da LATAM que, desde 2010, anunciou que o
implantaria no Nordeste”.
“Mesmo com a mais severa crise econômica que domina o País e
segundo dados da Infraero, aeroportos como o de Recife e Maceió conseguiram
ligeiros incrementos dos seus desembarques totais de passageiros, registrando
1,19% e 1,17% em 2016, comparativamente a 2015. O tombo do Pinto Martins foi de
10,38% no mesmo quesito e de impressionantes 84% nas chegadas internacionais em
voos charter (fretamento), sugerindo que as operadoras internacionais
simplesmente riscassem o Ceará do mapa”.
Segundo Allan Aguiar, “outro indicador que revela o ocaso da
atividade turística do Ceará é a sua posição no ranking dos desembarques em
voos regulares internacionais. De janeiro de 2015 a outubro de 2016, os números
das principais capitais colocam Fortaleza na terceira posição com 175.603
desembarques, atrás de Salvador com 255.760 e Recife com 204.707, e na frente
de Natal, que tem 134.165. Contudo, analisando as curvas dos números dos
últimos anos, fica fácil projetar que Recife passará Salvador e Natal poderá
alcançar Fortaleza. Isso seria inimaginável há alguns anos, quando o Ceará
disputava com a Bahia a liderança do turismo internacional e recebia o triplo
de voos internacionais de Pernambuco”.
Como prova do colapso do turismo do Estado do Ceará, Allan cita
números relativos aos destinos turísticos do Nordeste que colocam, pela ordem,
Salvador, Recife, Maceió e Fortaleza. A capital cearense, que outrora ocupava a
preferência incontestável nesse quesito, hoje amarga uma humilhante 4ª posição.
“Qual, então, os problemas estruturais que estão impondo tamanha
perda de competitividade do nosso destino turístico”? Allan faz esta pergunta e
promete que nos próximos artigos apresentará soluções para cada um desses
problemas estruturais que, “em sendo implementadas, poderiam representar a
retomada do vigor da atividade econômica, perdido ao longo de anos de agenda
equivocada”.
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