Isso quer dizer que ter o
diagnóstico do Transtorno do Pânico não significa necessariamente ter medo de
viajar de avião em si. Na verdade, o que pode existir é o medo de ter um ataque
dentro do avião. Segundo a neuropsicóloga Fernanda Queiroz, cofundadora da VOE, primeira empresa brasileira
especializada no tratamento do medo de voar, pessoas acometidas pelo Transtorno
do Pânico desenvolvem o “o medo do medo”.
"O que acontece é que depois de um ataque de pânico, o paciente começa a
desenvolver o medo de ter uma nova crise. Para a maioria desses pacientes,
o medo não é do avião em si ou da viagem, o medo é de ter um ataque de
pânico dentro do avião”, explica Fernanda.
A psicóloga explica também que o Transtorno do Pânico pode levar ao
desenvolvimento de comportamentos de evitação fóbica. “Vamos supor que essa
pessoa tenha tido um ataque de pânico dentro do avião ou de outro lugar
fechado, por exemplo. Com isso, ela irá evitar ao máximo viajar novamente
por medo de ter uma nova crise. Mais uma vez reforça que o medo de quem tem
pânico não é do avião, mas sim de passar por um ataque dentro da aeronave”.
SEM AVISO
O ataque de pânico chega sem avisar, é inesperado. “A pessoa nunca sabe
quando vai acontecer. Esse fato também contribui para o ciclo vicioso do
medo e da ansiedade, pois há aquela expectativa de que pode acontecer em
qualquer lugar, a qualquer momento. Mas, na verdade, a crise pode acontecer
dentro do avião, ou até mesmo em casa, no carro, na faculdade, entre outros
locais ou situações”, diz a neuropsicóloga
Paola Casalecchi, cofundadora da VOE.
TRATAMENTO
Sabemos que o Transtorno do Pânico afeta, em sua maioria, pessoas jovens,
em plena ascensão da vida profissional e acadêmica. Portanto, o fato de
evitarem viagens de avião pode impactar na carreira e na vida social. Por
isso, o ideal é procurar tratamento, com acompanhamento de um psiquiatra e
de um psicólogo.
Mas, se for inevitável viajar de avião, é possível adotar algumas medidas
para prevenir uma crise em pleno voo. Veja abaixo as dicas da VOE:
De
olho na respiração: Durante
um voo, com todas as mudanças da atmosfera, respirar corretamente pode
fazer toda a diferença. “A ansiedade excessiva pode levar à
hiperventilação, um dos gatilhos dos ataques de pânico e responsável pela
maioria dos outros sintomas”, diz Paola.
Assento: Reserve um assento do corredor para
facilitar a movimentação. Escolha voos noturnos, tanto para dormir, quanto
para reduzir a chance de passar por uma turbulência, que é menos comum
durante a noite.
Deslocamento: Organize seu transporte para o aeroporto
para chegar para o check in com antecedência e assim
evitar passar por um estresse antes do voo.
Alimentação: Faça uma refeição leve e evite alimentos
que possam causar desconforto gastrointestinal, como aqueles que fermentam.
Relaxamento: Use técnicas de relaxamento, como
respiração profunda e meditação antes do voo.
Distraia-se: Procure ler, ouvir músicas ou até mesmo
conversar para distrair os pensamentos.
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