terça-feira, 15 de maio de 2018

Teremos mais navios no Porto do Mucuripe? Como proceder?

Régis Medeiros, Denise Carrhá, Marjorie Marshall, Circe Jane e Marco Ferraz FOTO: Edgony Bezerra
As perspectivas para o crescimento dos cruzeiros marítimos no Brasil e no mundo foram apresentadas na manhã de hoje (15 de maio), em Fortaleza, em palestra do presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (CLIA BRASIL), Marco Ferraz. O evento aconteceu como parte do Ciclo de Palestras promovido pelo Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da Fecomércio-CE, sob a coordenação dos dirigentes Circe Jane Teles da Ponte e Marcos Pompeu.

O que dizer deste mercado que encanta cruzeiristas em várias partes do mundo, principalmente no Caribe, e está sendo reduzido no Brasil? Em 2011 o Brasil recebeu 20 navios. Na temporada 2016/17 foram apenas sete navios. Passamos de 800 mil passageiros para 400 mil. A próxima temporada (2018/2019) continuará, também, com sete navios, com uma oferta de 500 mil leitos (15% maior), 585 escalas e 133 roteiros.

Os limites do mercado são, principalmente, os custos elevados nos setores portuários. Ferraz informa que o custo Brasil é 40% maior em relação ao mundo. O hotel flutuante (navio) que singra os mares, oferecendo lazer, transporte, hospedagem e alimentação, se reveste de uma burocracia interminável para os desembaraços portuários: infraestrutura, píer, drenagem, batimetrias, cartas náuticas, terminal de passageiros e logística. Os impostos são elevados e há problemas com sindicatos, leis trabalhistas (tripulantes), imigração, Anvisa e outros.

O Terminal de Passageiros do Porto do Mucuripe, apontado pelo palestrante como um dos mais bonitos do país, ainda enfrenta limitações de drenagem, o que impede a aproximação dos navios. Outro problema que compromete sua beleza e funcionalidade é o acesso, incompreensivelmente um dos piores do país, situado em área degradada.

Marco Ferraz fez um relato da situação portuária do Brasil, com limitações em portos como os de Maceió e Natal, falou dos desembaraços em Balneário Camboriú, da falta de píer em Guarapari e disse que os portos são públicos e privados, e os custos aumentaram com as privatizações. Falou da situação de Fortaleza, com utilização limitada em função de vários fatores, como a distância para se encaixar em cruzeiros de sete noites.

A capital cearense recebe cruzeiros de travessia, disputando a preferência com Recife e Salvador. Para Ferraz, o ideal seria um navio fixo na cidade, um hub, o que abriria grandes possibilidades para um destino de escalas. Vencidos alguns bloqueios, como capacitação de pessoal (idiomas) e segurança, Ferraz sugere participação do Estado em feiras internacionais onde são desenhados os roteiros.

Como estímulo ao setor, Ferraz lembrou o impacto econômico de US$ 1,021 bilhões, com geração de 1,021 empregos e US$ 41,1 pagos de salários. A demanda cresceu 20,5% nos últimos cinco anos e o impacto gerado por pessoa é de R$ 559,00. Os agentes de viagens têm grande importância para o setor, que movimenta 54 armadores, 15 mil agências de viagens, 340 parceiros executivos e 25 mil agentes de viagens. São viagens fascinantes, com opções de destinos encantadores, principalmente no Caribe e na Europa. Os preços variam de acordo com o tipo de navio, o roteiro e a permanência. Para os mais afortunados, há cruzeiros de volta ao mundo que custam US$ 250 mil.

Participaram das considerações finais o secretário de Turismo de Fortaleza, Régis Medeiros; a presidente do Cetur, Circe Jane Teles da Ponte; a secretária adjunta de Turismo, Denise Carrhá; e a representante da Companhia Docas do Ceará, Marjorie Marshall.



Nenhum comentário:

Postar um comentário