Régis Medeiros, Denise Carrhá, Marjorie Marshall, Circe Jane e Marco Ferraz FOTO: Edgony Bezerra |
As perspectivas para o crescimento
dos cruzeiros marítimos no Brasil e no mundo foram apresentadas na manhã de
hoje (15 de maio), em Fortaleza, em palestra do presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (CLIA
BRASIL), Marco Ferraz. O evento aconteceu como parte do Ciclo de Palestras
promovido pelo Conselho Empresarial de Turismo e
Hospitalidade (Cetur) da Fecomércio-CE, sob a coordenação dos dirigentes Circe
Jane Teles da Ponte e Marcos Pompeu.
O
que dizer deste mercado que encanta cruzeiristas em várias partes do mundo,
principalmente no Caribe, e está sendo reduzido no Brasil? Em 2011 o Brasil
recebeu 20 navios. Na temporada 2016/17 foram apenas sete navios. Passamos de
800 mil passageiros para 400 mil. A próxima temporada (2018/2019) continuará,
também, com sete navios, com uma oferta de 500 mil leitos (15% maior), 585
escalas e 133 roteiros.
Os
limites do mercado são, principalmente, os custos elevados nos setores
portuários. Ferraz informa que o custo Brasil é 40% maior em relação ao mundo. O
hotel flutuante (navio) que singra os mares, oferecendo lazer, transporte,
hospedagem e alimentação, se reveste de uma burocracia interminável para os
desembaraços portuários: infraestrutura, píer, drenagem, batimetrias, cartas
náuticas, terminal de passageiros e logística. Os impostos são elevados e há
problemas com sindicatos, leis trabalhistas (tripulantes), imigração, Anvisa e
outros.
O
Terminal de Passageiros do Porto do Mucuripe, apontado pelo palestrante como um
dos mais bonitos do país, ainda enfrenta limitações de drenagem, o que impede a
aproximação dos navios. Outro problema que compromete sua beleza e
funcionalidade é o acesso, incompreensivelmente um dos piores do país, situado
em área degradada.
Marco
Ferraz fez um relato da situação portuária do Brasil, com limitações em portos
como os de Maceió e Natal, falou dos desembaraços em Balneário Camboriú, da
falta de píer em Guarapari e disse que os portos são públicos e privados, e os
custos aumentaram com as privatizações. Falou da situação de Fortaleza, com
utilização limitada em função de vários fatores, como a distância para se
encaixar em cruzeiros de sete noites.
A
capital cearense recebe cruzeiros de travessia, disputando a preferência com
Recife e Salvador. Para Ferraz, o ideal seria um navio fixo na cidade, um hub,
o que abriria grandes possibilidades para um destino de escalas. Vencidos alguns
bloqueios, como capacitação de pessoal (idiomas) e segurança, Ferraz sugere
participação do Estado em feiras internacionais onde são desenhados os
roteiros.
Como
estímulo ao setor, Ferraz lembrou o impacto econômico de US$ 1,021 bilhões, com
geração de 1,021 empregos e US$ 41,1 pagos de salários. A demanda cresceu 20,5%
nos últimos cinco anos e o impacto gerado por pessoa é de R$ 559,00. Os agentes
de viagens têm grande importância para o setor, que movimenta 54 armadores, 15
mil agências de viagens, 340 parceiros executivos e 25 mil agentes de viagens. São
viagens fascinantes, com opções de destinos encantadores, principalmente no
Caribe e na Europa. Os preços variam de acordo com o tipo de navio, o roteiro e
a permanência. Para os mais afortunados, há cruzeiros de volta ao mundo que
custam US$ 250 mil.
Participaram
das considerações finais o secretário de Turismo de Fortaleza, Régis Medeiros;
a presidente do Cetur, Circe Jane Teles da Ponte; a secretária adjunta de Turismo,
Denise Carrhá; e a representante da Companhia Docas do Ceará, Marjorie Marshall.
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