O assunto é
polêmico, contraria os dirigentes da Associação Brasileira da Indústria de
Hotéis (ABIH), mas continua desafiando o setor hoteleiro
O Airbnb firmou ontem (dia 19), uma parceria com a Secretaria Estadual
de Turismo, Esporte e Cultura de Santa Catarina para fortalecer o turismo
responsável no estado e apoiar o desenvolvimento econômico das cidades que
apresentam vocação para locação por temporada, além do eixo turístico
tradicional. No ano passado, a capital catarinense registrou aumento de 133% no
número de chegadas de hóspedes em relação a 2016 e acima da média nacional
(110%).
Pelo acordo, o Airbnb compartilhará estatísticas sobre a utilização da
plataforma no Estado, com o objetivo de apoiar o planejamento de
estratégias e políticas públicas voltadas, a
médio e longo prazo, para o desenvolvimento saudável do setor. Serão
promovidos, ainda, encontros gratuitos e abertos à população em cidades do
estado para esclarecer dúvidas sobre como cadastrar um quarto ou casa na
plataforma e o funcionamento do Airbnb.
No ano passado, a renda extra do anfitrião típico em Florianópolis foi
de R$ 7.600. Estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe)
apontou que, em 2016, a atividade do Airbnb na cidade foi responsável por R$ 94
milhões no PIB do município, o equivalente a 3,6 mil novos empregos na cidade.
Durante a fase de planejamento destas ações, o Airbnb manterá uma equipe
baseada em Florianópolis. “Estamos felizes por
compartilhar nossa experiência com o governo e oferecer apoio para ações que
ajudem a fomentar o turismo sustentável no estado e estimular
viagens para locais menos conhecidos, além da
possibilidade de garantir uma renda extra para as pessoas”, destacou a gerente
de relações institucionais do Airbnb no Brasil, Flávia Matos.
SOBRE O AIRBNB
Fundado em 2008, o Airbnb é uma comunidade global
de viagem que oferece viagens mágicas do princípio ao fim, incluindo onde se
hospedar, o que fazer e as pessoas que vai conhecer. O Airbnb usa a tecnologia
para empoderar economicamente milhões de pessoas ao redor do mundo para que
possam garantir renda extra por meio de seus espaços, paixões e talentos e se
convertam em empreendedores de hospitalidade.
No Brasil, o Airbnb já reúne mais de 167 mil anúncios e foi responsável
pela hospedagem de mais de dois milhões de pessoas em 2017, com mais de 117 mil
anfitriões em todo o país. Pesquisa da Fipe, feita em 2016, mostra que os
viajantes que optaram pelo Airbnb gastaram, em média, três vezes mais que
aqueles que se hospedaram em hotéis e impulsionaram o comércio local, já que
circulam e gastam em bairros diferentes.
PROTESTO DA ABIH
A ABIH Nacional discorda deste acordo, que causa danos à indústria
formal da hospitalidade. A entidade nacional, em consenso com suas 27
representações estaduais, apóia a ABIH-SC em qualquer ação constituída em
defesa do setor hoteleiro, referente à comercialização de unidades
habitacionais por plataformas sem o devido pagamento dos serviços prestados.
O presidente da ABIH Nacional, Manoel Cardoso Linhares, vem lutando
constantemente pela regulamentação destes produtos, que fazem concorrência
desleal com a hotelaria. Linhares destaca que a questão tributária é crucial
nesse debate. “Essa parceria é uma falta de respeito com os meios de hospedagem
catarinenses, que pagam impostos e geram empregos formais. Estamos diante de
uma questão clara: as empresas nacionais, oneradas com uma carga tributária de
quase 40%, são obrigadas a concorrer com organizações que praticamente têm 100%
de isenção fiscal no Brasil”, critica Linhares, que luta por uma regulamentação
urgente.
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