segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Ceará Mares do Atum incentiva o consumo e a legalização da pesca

Barcos de pesca do atum em Itarema FOTOS: Edgony Bezerra
A pesca do atum é uma atividade nova no Ceará, mas está crescendo e exigindo ações imediatas para sua legalização. Como primeiro passo, foi criado, em 1917, o programa Ceará Mares do Atum, pela Secretaria de Agricultura, Pesca e Aquicultura (Seapa), com apoio do Governo do Estado. O então secretário, Euvaldo Bringel, informa que o Estado é hoje um grande pescador de atum, com cerca de um milhão de quilogramas por mês. 
Percurso dos barcos
O programa Ceará Mares do Atum foi projetado para se instalar em seis terminais: Acaraú, Itarema, Paracuru, Parajuru, Camocim e Aracati. Itarema partiu na frente e já realizou o segundo Festival Gastronômico, com apoio dos políticos locais (ligados à pesca) da iniciativa privada e de outros parceiros.
No Porto dos Barcos, é grande a quantidade de atum
Bringel relata as dificuldades do setor e aponta as propostas do programa para incentivar o consumo e legalizar a atividade pesqueira. Estão entre as ações o licenciamento e a certificação da frota, realização de cursos técnicos para capacitar as equipes de pesca, adequação da infraestrutura para recepção, beneficiamento e comercialização do pescado e divulgação do atum como produto de qualidade e alta rentabilidade para estímulo à expansão e atração de novas indústrias.

Luciano Ferreira e Euvaldo Bringel
Como o atum é um peixe de águas profundas, são ministrados cursos de navegação em alto mar para a pesca do atum. As primeiras providências, com definição de linhas de trabalho, foram tomadas durante seminário realizado em Fortaleza, com todas as instituições de pesca do Brasil. Itarema também recebeu um seminário, em 2018, com treinamento de pessoas para manusear o atum de forma correta e outras ações.

O ex-secretário acompanha as atividades do programa Ceará Mares do Atum e reconhece que o cearense não é consumidor de atum. Para mudar este quadro, uma das primeiras providências foi a criação de um festival gastronômico. O primeiro foi realizado em Fortaleza, no Mercado dos Pinhões, em 2018. Este ano, aconteceu a segunda edição do evento, de 17 e 19 deste mês, no Porto dos Barcos, em Itarema. Segundo Bringel, “nosso objetivo é transformar o atum num prato nobre, como já acontece no mundo inteiro”. Seu entusiasmo vai mais longe. Bringel almeja que o atum, num futuro próximo, seja um prato típico do Ceará.

PESCA DO ATUM NO CEARÁ

Eliane Brasil, Edgony Bezerra, chef Faustino e Euvaldo Bringel
A pesca do atum no Ceará está em crescimento constante. Em 2017 foram produzidas 12 mil toneladas de atum, número que cresceu 50% no ano passado, atingindo 18 mil toneladas. A meta para este ano é chegar a 24 mil toneladas. Os números são da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece). Itarema participa com 62% da produção do Estado.

Segundo o secretário de Turismo, Pesca e Meio Ambiente de Itarema, Irades Cordeiro, o município tem 150 barcos em atividade. O atum lidera a pesca, seguido pelo polvo, lagosta e peixes em geral. A comercialização do atum abrange o Ceará e chega ao mercado nacional: São Paulo, Rio de Janeiro e Piauí. Além do atum, o município é o maior produtor de coco do Estado, o que fortalece ainda mais sua economia, com instalação de agências bancárias e boa geração de emprego e renda.


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