Parados há mais de seis meses, trabalhadores do setor mobilizam uma manifestação para o dia 5 de outubro, para chamar a atenção da Prefeitura de Belo Horizonte para liberar a realização de eventos
Obrigados a suspender suas atividades desde o mês de março deste ano, quando a pandemia da Covid-19 começou a assolar o mundo, milhares de trabalhadores do setor de eventos viram suas rendas serem zeradas de forma abrupta. O setor entrou em uma crise sem precedentes. Em algumas cidades brasileiras, o segmento começa a retomar as atividades de forma gradual, mas em Belo Horizonte ainda não existe uma previsão para o retorno. Por isso, os profissionais da área mobilizam uma manifestação para o dia 5 de outubro, a partir das 15h, com uma passeata que reunirá técnicos, produtores, artistas e outros agentes da indústria do entretenimento, que sairão da Praça da Liberdade e seguirão até a porta da Prefeitura Municipal, vestidos de preto e clamando por socorro.
De acordo com
Ederson Clayton, que integra a diretoria da Associação Mineira de Eventos e
Entretenimento (Amee), o objetivo desta mobilização é unir forças com
profissionais e empresas do segmento para gritarem por ajuda ao poder executivo
municipal da capital mineira. “O setor cultural é responsável por 2% do PIB
brasileiro, e, incluindo os eventos, emprega 5,2 milhões de
trabalhadores. E não há nada que possamos fazer sem que exista um faturamento.
Os caixas das empresas estão zerados, não há previsão de receita, mas as
responsabilidades e contas continuam existindo. Os salários de funcionários
terão que ser pagos (ou possíveis rescisões), assim como os respectivos
impostos, além de outras despesas fixas como aluguel, água, luz, comunicação,
serviços de manutenção etc. Se nada for efetivamente feito, 2020 será marcado
como o ano em que mais empresas de eventos fecharam as suas portas em toda a
história. O nosso setor está agonizando”, diz o profissional.
Além da Amee, outras entidades que também estão sofrendo com a falta de previsão de retorno dos eventos também participarão da manifestação, como a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), a Associação Brasileira de Eventos (Abrafesta), o Sindicato das Empresas de Promoção, Organização e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos de Minas Gerais (Sindiprom-MG) e a Associação Brasileira das Empresas de Formatura (Abeform).
“Entendemos a complexidade do momento e estamos planejando todos
os cuidados necessários para evitarmos o aumento de casos da Covid-19.
Suplicamos ao nosso prefeito pelo direito de trabalhar. Já elaboramos rígidos
protocolos que visam a realização dos eventos de forma segura, tanto para o
público, quanto para quem estiver trabalhando, como, por exemplo, a limitação
de 50% da capacidade dos locais. O nosso setor está agonizando e precisa de uma
rápida retomada, para que muitas empresas e empregos não deixem de existir”,
completa Ederson Clayton.
Diversos
artistas abraçaram a causa e utilizaram as redes sociais para convocar todos os
trabalhadores do segmento de eventos para a mobilização. O vocalista do grupo
Sorriso Maroto, Bruno Cardoso, gravou um vídeo para ajudar na campanha. “Eu
estou aqui para convocar você, que faz parte da indústria de eventos, cultura,
arte e lazer, para pedir a sua ajuda para que entre nessa corrente junto com a
gente. Venham de preto, porque a gente vai gritar socorro, para que olhem para
o nosso setor. A gente precisa voltar a trabalhar”, disse.
MAIS INFORMAÇÕES:
Passeata dos profissionais de eventos e artistas de BH
Data: 5 de outubro,
segunda-feira
Horário: a partir
das 15h
Concentração na Praça da Liberdade e passeata até a porta da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
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