sexta-feira, 9 de abril de 2021

Hotelaria carioca acumula prejuízo de 1 bilhão e 600 milhões de reais

Imagens sedutoras como estas estão na lembrança dos visitantes, que aguardam um retorno seguro

Hotéis Rio apresenta balanço da hotelaria carioca após um ano de pandemia, destacando que no início de março de 2020, a ocupação da rede hoteleira estava em torno de 70%. Em abril, este índice caiu para 5% e os hotéis começaram a fechar as portas. Em maio, já eram cerca de 90 hotéis e albergues fora de operação, e mais de 25% dos postos de trabalho suspensos, permanente ou temporariamente. Cerca de sete hotéis fecharam as portas em definitivo.

A reabertura dos hotéis começou timidamente em junho, mas ganhou força a partir de agosto. A retomada, conforme perspectivas do trade de turismo, se deu pelo turismo doméstico, em viagens rodoviárias em núcleos familiares. Neste cenário, os hotéis do interior do estado se destacaram com altas ocupações – respeitando a capacidade permitida – nos finais de semana. Mesmo com a suspensão dos eventos corporativos, houve aumento na demanda durante a semana em função da suspensão das aulas e do trabalho remoto.

Além dos selos estadual e municipal de orientação dos protocolos sanitários de prevenção à Covid-19, no final de 2020, a hotelaria esteve envolvida em campanhas promocionais voltadas para o público interno (“Redescubra o Rio”) e principais mercados emissores (SP e MG – “Mais Rio por Menos”), com o objetivo de reforçar a marca Rio na preferência dos viajantes.

O atual cenário da pandemia traz apreensão para a hotelaria com a chegada da baixa temporada do turismo que, até então, acreditava-se que poderia ser salva pelo segmento corporativo, o que não se consolidou em função das medidas restritivas.

No fim de março, para conter o avanço da doença no município, a Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou restrições mais rígidas, em que apenas serviços essenciais puderam funcionar durante um período de 10 dias. O decreto continuou a permitir o funcionamento dos meios de hospedagem, porém com o serviço de alimentação restrito aos hóspedes.

“Nós estamos em uma situação extremíssima, então, não restaria outra solução senão enfrentarmos esse novo fechamento das atividades. A liberação dos hotéis ameniza o nosso setor, mas com a cidade fechada, não muda muito o cenário. Continuamos hospedando pessoas que estão embarcadas em plataformas e muitos profissionais de saúde, atuando como uma atividade fundamental neste momento. Estamos conscientes que vamos funcionar com ocupações muito baixas, e não poderia ser diferente. Para isso, esperamos ter alguma contrapartida dos governos federal, estadual e municipal quanto a não cobrança de impostos ou uma postergação", ressalta Alfredo Lopes, presidente de Hotéis Rio.

Segundo o Hotéis Rio, houve, conforme esperado, queda drástica nos índices de ocupação em função do congelamento do mercado internacional e corporativo e das restrições nos atrativos turísticos, e também nos próprios destinos emissores de lazer, como Minas Gerais e São Paulo, o que naturalmente desestimula os planos de viagens. Em março deste ano, a ocupação média girava em torno de 35 e 40%. Este índice desabou para cerca de 25% logo após o anúncio das restrições, que envolveram praias, shoppings e atrativos turísticos, e na última semana do mês ficou abaixo dos 20% na maior parte dos hotéis apurados. Ainda segundo o sindicato, a rede hoteleira já contabiliza um prejuízo acumulado, no último ano, de, aproximadamente, R$ 1 bilhão e 600 milhões.

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