Pesquisa apresentada pela Onfly, com
base em dados da Anac, mostra como fatores geopolíticos e pandemia
influenciaram na alta dos preços dos bilhetes aéreos
Marcelo Linhares, CEO da Onfly |
Para os trechos com maior tráfego de passageiros, o aumento
foi ainda maior, entre três e quatro vezes. Além das empresas diminuírem as
tarifas promocionais, que levavam os preços para baixo dos valores
convencionais, ainda foram adicionados os reajustes. Por exemplo: os trechos
São Paulo (Congonhas) ao Rio (Santos Dumont) e São Paulo (Congonhas) à cidade
de Belo Horizonte (as duas rotas comerciais mais importantes do país)
apresentaram as maiores variações. O preço da passagem chegou a ficar quatro
vezes mais caro, lembrando que são viagens que levam, de avião, em torno de 1
hora e 20 minutos.
Veja a tabela abaixo,
com informações retiradas da base de dados da Onfly:
Dois foram os fatores primordiais para o grande aumento no preço dos voos nacionais. O primeiro fator foi o reajuste que as companhias aéreas realizaram no período de flexibilização e retomada das viagens pós-pandemia da Covid-19. Sejam viagens de negócios ou turismo, as empresas aéreas seguraram os valores das passagens com preços promocionais artificialmente devido à baixa demanda e procura durante a pandemia.
Outro fator de influência foi a guerra entre a Rússia e a
Ucrânia, que bagunçou o mercado mundial energético e de combustíveis. As
incertezas dentro do cenário macroeconômico mundial elevaram, com valores
recordes, o preço do petróleo, influenciando expressivamente o preço médio do
querosene de aviação (QAV), somado ao aumento na cotação do dólar, que
pressionou cada vez mais o setor da aviação, com efeitos diretos nas passagens
aéreas nacional e internacional – focos de discussões dentro e fora do mercado.
“Em abril de 2021, nosso tíquete médio na Onfly era de R$ 1.052,00,
com ADVP (tempo de antecedência de compra) de 8 dias. Atualmente, o tíquete
médio está em R$ 2.155,00, com ADVP de 14 dias, o que mostra uma variação de
104% em um ano, mesmo com o cliente planejando para comprar com mais
antecedência”, relata Marcelo Linhares, CEO da Onfly.
Linhares dá algumas dicas de como empresas que dependem do
deslocamento aéreo podem tentar minimizar os efeitos da disparada de preços.
Ele orienta que, sempre que possível, os viajantes optem pela antecedência. Com
a redução dos preços promocionais, quanto antes a compra, melhor a chance de
conseguir um valor menor.
Também é importante usar sistemas de gestão de viagens que
entregam dados em tempo real e ajudam em vários outros quesitos relacionados ao
deslocamento dos colaboradores. Assim, é possível potencializar as rotas de
acordo com os roteiros pré-estabelecidos e, às vezes, até fugir da rota aérea e
viabilizar outras possibilidades, como locação de carro ou ônibus.
“Quanto melhor a gestão das viagens dentro de uma
organização, maiores serão as economias e menores os efeitos dos aumentos das
passagens aéreas. Por exemplo, uma passagem de Belo Horizonte para São Paulo
com 16 dias de antecedência pode ser encontrada por R$ 300,00, este mesmo
trecho, comprando com um dia de antecedência, pode custar até cinco vezes mais
caro”, finaliza Marcelo Linhares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário